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“Estamos avançando de uma personalização baseada em grupos para uma experiência específica de cada jogador — em tempo real, no próprio dispositivo e com foco na privacidade”, afirmou Navneeth Srinivas, fundador da Metamine Gaming, durante um dos painéis mais aguardados da SiGMA Ásia 2025, realizada em Manila.
Na sessão intitulada “A Transformação de Alto Risco da IA: Utilizando Inteligência Artificial para Engajamento Personalizado”, líderes do setor exploraram em profundidade como a inteligência artificial está revolucionando o relacionamento com o cliente, a retenção de jogadores e a eficiência operacional no setor de jogos.
Moderado por Tejinder Kumar, CCO do grupo Kyrrex, o painel também contou com Jack Wheeler, responsável pela região Ásia-Pacífico na Optimove, e o próprio Navneeth Srinivas, fundador da Metamine Gaming. Juntos, eles analisaram a transição de uma segmentação genérica para jornadas hiperpersonalizadas dos jogadores.
“A IA fez um bom trabalho ao nos colocar em caixinhas bem organizadas”, comentou Kumar, dando o tom da discussão. “Mas quando vamos superar o ‘homem, 35 anos, gosta de clicar em coisas’ e realmente começar a tratar cada jogador como um indivíduo único?”
Wheeler destacou como os modelos atuais de IA conseguem prever o comportamento do usuário logo no início de sua jornada. “Em 48 a 72 horas, é possível entender se um jogador terá baixo ou alto valor”, explicou. Esse tipo de insight permite que os operadores personalizem bônus, promoções e conteúdos de maneira mais eficaz.
Srinivas apresentou uma abordagem inovadora utilizando Edge AI: “Processamos tudo no próprio dispositivo, e não na nuvem… as informações pessoais do jogador não saem do aparelho.” Essa estratégia garante conformidade com regulamentações como o GDPR europeu e a Lei de Proteção de Dados Pessoais (DPDP) da Índia, possibilitando personalização em tempo real sem comprometer a privacidade.
Ele citou um caso de uso em prevenção à fraude, no qual a Edge AI identificou comportamentos potencialmente fraudulentos e ajustou dinamicamente a experiência do usuário para evitar abusos — tudo isso sem necessidade de intervenção humana.
Wheeler enfatizou que a qualidade dos dados é fundamental: “Seus dados só são tão bons quanto a fonte de onde vêm.” Ele alertou que muitos operadores subestimam a necessidade de ter pipelines de dados estruturados, testados e com garantia de qualidade, além de serem pacientes para “aquecer” um modelo de IA — um processo que normalmente leva de dois a três meses.
Na hora de medir o sucesso, ambos os especialistas destacaram a importância de realizar testes A/B e monitorar métricas individuais, como aumento de receita, tempo de engajamento e previsão de churn (abandono). “Basicamente, você analisa duas a quatro semanas de dados para comparar as previsões com os resultados reais”, explicou Wheeler.
O painel também abordou a dimensão ética da personalização. “Um dos maiores receios é a personalização excessiva que pode alimentar comportamentos compulsivos”, alertou Srinivas. Ele defendeu a inclusão de especialistas em comportamento humano nas equipes de desenvolvimento de IA, para garantir que os modelos incentivem práticas responsáveis no jogo.
Wheeler citou um exemplo da Stake.com, onde a IA identificou jogadores de perfil arriscado, mas com alto potencial, propensos a migrar das apostas esportivas para os jogos de cassino. Ações personalizadas e multicanal resultaram em uma taxa de engajamento de 60% a 70%, demonstrando o poder das estratégias baseadas em IA.
Srinivas compartilhou a experiência de uma campanha para um operador de pôquer e rummy na Índia. “Analisamos onde os jogadores passavam mais tempo no app e, a partir disso, oferecemos bônus personalizados e até incentivos como passagens só de ida para Bali.” O resultado? Um aumento significativo nos depósitos e na retenção dos jogadores.
À medida que os modelos de IA evoluem, também cresce sua capacidade de adaptação a diferentes regiões e tipos de jogos. Wheeler encerrou destacando essa adaptabilidade: “Um bom modelo de IA deve ser capaz de identificar comportamentos e atribuir pontuações individuais, seja para quem entra diariamente ou para quem joga pôquer uma vez por mês.”
Este painel destacou a rápida evolução da interseção entre IA, personalização e responsabilidade no relacionamento com jogadores. Para quem está comprometido com o futuro do setor de jogos, acompanhar essas tendências não é opcional — é essencial.
Não perca as próximas grandes discussões. Acompanhe a agenda da SiGMA Ásia 2025 para se manter atualizado sobre os painéis e palestrantes que ainda virão.