ADM atualiza regras de TI em ofensiva contra concessões de jogos

Escrito por David Gravel
Traduzido por : Thawanny de Carvalho Rodrigues

A Agência Italiana de Alfândega e Monopólios (ADM) reformulou completamente sua estrutura de TI e de licenciamento, intensificando o controle regulatório com o objetivo de fortalecer o núcleo digital do setor e eliminar brechas relacionadas à conformidade e transparência.

No centro dessa atualização está uma lista revisada de requisitos de TI para concessões de jogos, publicada como parte do Plano de Atividades e Organização (PIAO) da ADM para 2025–2027. A nova diretriz reforça as exigências em torno da arquitetura de sistemas, proteção de dados e monitoramento em tempo real — agora obrigatório para todos os detentores de licença na Itália.

No entanto, a lista vai além da infraestrutura. Uma das mudanças mais impactantes é a proibição de sites “skin”, o que impede que operadores mantenham múltiplas plataformas com marcas distintas sob uma única licença. A medida já está reverberando nos setores de eSports, redes white-label e mercados secundários de skins.

Conformidade agora é (bem) mais técnica

Com os novos requisitos, cada operador licenciado deverá passar por avaliações realizadas por um Organismo de Verificação (ODV), cobrindo toda a operação da plataforma — desde estratégias de recuperação de desastres e arquitetura modular até protocolos de RNG certificados e controle de sessões.

Os sistemas agora precisam ser capazes de realizar monitoramento em tempo real, sinalizar atividades suspeitas de forma imediata e armazenar registros de auditoria que sejam invioláveis e recuperáveis. A ADM também exige que os usuários sejam desconectados automaticamente após 20 minutos de inatividade. Além disso, as plataformas devem oferecer ferramentas de segurança configuráveis pelos próprios jogadores. Não se trata de simplesmente cumprir requisitos, mas de incorporar mecanismos de proteção diretamente no funcionamento do sistema.

Essas mudanças estão alinhadas com as reformas mais amplas de licenciamento da ADM, conforme descrito na abordagem da Itália para o regime de licenciamento de jogos online, que exige que os candidatos paguem uma taxa de licença de € 7 milhões e comprovem receitas superiores a € 3 milhões durante dois anos consecutivos. O prazo para envio das candidaturas é 30 de maio de 2025, com um período de concessão de nove anos em disputa.

Skin no jogo? Não mais

Talvez a mudança que mais tenha chamado atenção seja a proibição total de sites de apostas com skins, alterando drasticamente a forma como apostas vinculadas a eSports e negociações de skins funcionam no país.

Antes, operadores podiam lançar várias skins sob uma única licença, facilitando a entrada no mercado por meio de acordos white-label. Agora, cada concessionário poderá operar apenas um único site — ou seja, nada de marcas afiliadas, rebranded ou plataformas paralelas vinculadas à mesma licença.

A medida afeta diretamente os operadores que basearam seu modelo de negócios em estratégias de volume alto e custo baixo. Analistas alertam que a mudança pode colocar pressão adicional sobre desenvolvedores de jogos e ecossistemas de eSports que viam as apostas com skins como uma forma rentável de engajamento e monetização.

De acordo com um artigo publicado na SiGMA News, intitulado “Autoridade italiana revela reformas para um jogo mais seguro”, o objetivo da mudança é eliminar pontos de acesso ao jogo que sejam desregulados ou pouco monitorados — especialmente aqueles que miram jogadores mais jovens ou considerados de alto risco.

Impactos econômicos e o risco do setor ilegal

O aumento nos custos para estar em conformidade tende a favorecer os operadores com mais recursos para se adaptar. Marcas menores, que dependem de parcerias white-label, podem não conseguir acompanhar, ficando sujeitas à saída do mercado ou à incorporação por empresas maiores.

Desenvolvedoras como a Valve — cujo ecossistema de skins movimentou bilhões em negociações — podem ver a demanda cair em regiões afetadas, mesmo após tentarem se distanciar de usos relacionados a jogos de aposta. Analistas apontam que, caso as fiscalizações não sejam acompanhadas por alternativas legais claras, há o risco de que parte dos jogadores migre para plataformas ilegais.

Ainda assim, a ADM aposta que seu novo modelo regulatório irá gerar mais de € 350 milhões em taxas de licenciamento, além de uma receita anual estimada de € 100 milhões — posicionando a Itália como uma referência em regulação de jogos digitais na Europa.

Mais informações estão disponíveis no portal oficial da ADM.

Porque, no novo regime italiano, só ter uma “skin” atraente não basta para continuar no jogo.

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