BCLB fecha mais de 50 sites de apostas que operavam ilegalmente no Quênia

Mercy Mutiria
Escrito por Mercy Mutiria
Traduzido por Thawanny de Carvalho Rodrigues

O Conselho de Controle e Licenciamento de Apostas (BCLB, na sigla em inglês) encerrou as operações de mais de 50 sites de apostas que atuavam sem autorização adequada, como parte de uma missão para conter práticas ilegais no setor. A ação faz parte de um esforço mais amplo para restaurar a integridade do setor de jogos no Quênia e proteger a população vulnerável contra exploração financeira e danos sociais.

Repressão massiva a sites de apostas ilegais

O BCLB informou que pelo menos 58 sites de apostas foram identificados por operar de forma ilegal dentro do domínio de internet queniano. Foi ordenado o encerramento imediato de suas atividades por violação das regulamentações do setor e das normas de proteção ao consumidor.

Em uma carta formal enviada à Autoridade de Comunicação do Quênia, o BCLB manifestou sérias preocupações com essas plataformas. “Investigações do Conselho revelam que esses sites fraudulentos enganam os apostadores ao aceitar depósitos via números de pagamento ou serviços STK push, mas se recusam a pagar os prêmios”, afirma o documento.

O BCLB também orientou as operadoras de telefonia móvel a suspenderem imediatamente todas as contas de pagamento associadas a essas empresas ilegais. A medida visa cortar os canais financeiros utilizados pelas plataformas, dificultando sua atuação e impedindo a exploração dos usuários.

Proteção às populações vulneráveis

A operação ocorre em meio a crescentes preocupações sobre os impactos econômicos e sociais das apostas, especialmente entre os jovens. O vício em apostas e as perdas financeiras se tornaram um problema grave, levando muitos jovens ao endividamento e à depressão. O governo e as autoridades reguladoras reconhecem cada vez mais a necessidade de controlar o setor para evitar danos maiores.

Recentemente, o BCLB suspendeu por 30 dias todas as propagandas de jogos de azar nos meios de comunicação, com efeito imediato. A presidente do BCLB, Jane Mwikali Makau, alertou sobre os perigos da publicidade excessiva, sobretudo em horários com grande audiência de menores. “Alguns promotores têm apresentado as apostas como uma oportunidade legítima de investimento e um atalho para enriquecer”, disse ela. Isso traz consequências socioeconômicas graves, com efeitos devastadores para indivíduos, famílias e para a sociedade como um todo.”

A Direção de Investigações Criminais (DCI) também criticou o aumento das campanhas publicitárias de jogos, alertando que esse tipo de promoção incentiva comportamentos imprudentes entre pessoas vulneráveis. A DCI afirmou que atuará em conjunto com o BCLB para aplicar as normas e coibir as atividades ilegais.

Fechamento direcionado de sites de apostas ilegais

Entre os sites ilegais que tiveram as atividades encerradas estão: Cheza Crash, Skai Crash, Crash Ke, Simple Crash, Aviator VIP, Aviator Pesa, Aviator Ke, LuckyBet Ke, Bingo Crash, MayBet, Nimbo Crash, Mita Sita, Saf Crash, Vuma Bet e Next Papi, entre outros. A ação foi executada poucas horas após o anúncio da suspensão das propagandas, demonstrando a seriedade com que o governo está tratando o combate às apostas ilegais.

Carta do BCLB à Autoridade de Comunicação do Quênia
Carta do BCLB à Autoridade de Comunicação do Quênia
Carta do BCLB à Autoridade de Comunicação do Quênia

Em carta enviada ao diretor-geral da Autoridade de Comunicação do Quênia, David Mugonyi, o CEO do BCLB, Peter Mbugi, destacou: “O Conselho recebeu diversas denúncias de cidadãos preocupados com essas plataformas, que exploram os usuários exigindo depósitos por meio de esquemas de apostas. Além disso, essas plataformas violam as normas estabelecidas pelo BCLB, o que justifica seu fechamento imediato.”

O encerramento desses sites ilegais foi considerado uma etapa necessária para reorganizar o setor de jogos no Quênia, que tem apresentado rápido crescimento nos últimos anos. A arrecadação de impostos por meio de empresas de apostas aumentou significativamente: no ano encerrado em junho de 2024, o governo arrecadou KSH 24,2 bilhões (equivalente a US$ 187,1 milhões), frente aos KSH 19,2 bilhões (US$ 148,5 milhões) do ano anterior. Esses números reforçam a importância de uma regulamentação eficaz.

Um setor sob vigilância

As ações do governo para combater os sites de apostas ilegais fazem parte de uma estratégia mais ampla para restaurar a ordem no setor. Além de prejudicarem os operadores licenciados, essas plataformas expõem o público a riscos como perdas financeiras e dependência.

Embora a operação de repressão esteja em andamento, ainda há receio de que algumas plataformas não regulamentadas voltem a operar com novos nomes. As autoridades pedem que a população denuncie sites suspeitos e que aposte apenas em operadores devidamente licenciados.

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