Construindo pertencimento: Mulheres no iGaming brasileiro

Rami Gabriel
Escrito por Rami Gabriel
Traduzido por Thawanny de Carvalho Rodrigues

Nathalia Nogues, presidente da AMIG, ajuda a reescrever a narrativa das mulheres no setor de iGaming no Brasil — uma história que, até pouco tempo atrás, deixava muitas delas fora do retrato. Na edição 32 da Revista SiGMA, lançada durante a SiGMA BiS Américas 2025 em São Paulo, Nogues compartilha os desafios, as pequenas conquistas e as motivações pessoais por trás da rápida ascensão da AMIG. A matéria explora como a associação, em parceria com a SiGMA, vem não apenas defendendo a equidade de gênero, mas também promovendo uma indústria mais responsável e inclusiva — uma conversa, um workshop e uma mentoria por vez.

Criando espaço para as vozes femininas

As raízes da AMIG são pessoais. “Percebemos que as mulheres estavam significativamente sub-representadas em cargos de liderança e nos processos decisórios mais importantes”, relembra Nogues. A associação nasceu de uma necessidade simples, mas urgente: um espaço seguro onde mulheres pudessem se conectar, trocar experiências e apoiar umas às outras em suas trajetórias. Para muitas, a AMIG virou um verdadeiro ponto de apoio — um grupo de WhatsApp cheio de mensagens diárias com perguntas, conselhos e palavras de incentivo, além de uma agenda cheia de workshops e encontros de networking, onde nenhuma dúvida é ignorada e ninguém precisa enfrentar os desafios sozinha.

A mentoria é um dos pilares do trabalho da AMIG. “O apoio de profissionais experientes pode transformar completamente o caminho de uma mulher na carreira”, afirma Nogues. A associação conecta novatas a mentoras que as ajudam a navegar pelas regras não ditas do setor e a desenvolver a confiança necessária para ocupar posições de liderança. Além disso, a AMIG atua em prol de processos seletivos mais justos, igualdade salarial e maior presença feminina em painéis e nas mesas onde as decisões são tomadas — reconhecendo que a mudança real exige tanto mobilização coletiva quanto pressão para que as empresas abram espaço.

Avanços, desafios e a força da comunidade

O cenário está mudando — mas não sem resistência. Mulheres no iGaming ainda enfrentam preconceitos, redes de contato limitadas e a dificuldade de serem ouvidas nos ambientes onde as decisões são tomadas. Ainda assim, há sinais positivos: mais empresas estão adotando políticas inclusivas, e a presença feminina nos eventos do setor vem crescendo, pouco a pouco. O programa de liderança da AMIG e suas ações de advocacy já ajudaram muitas mulheres a avançar na carreira. Mas Nogues é transparente: ainda há um longo caminho pela frente.

O jogo responsável também é uma das prioridades da associação. A primeira iniciativa de conteúdo da AMIG apresentou diretrizes claras para operadoras e jogadoras, com o objetivo de construir um ambiente mais seguro e consciente. Para Nogues, inclusão e responsabilidade caminham juntas: “Uma indústria mais diversa está melhor preparada para enfrentar os desafios do jogo responsável.”

O recado de Nogues para as mulheres que estão começando no setor é direto e inspirador: “Acredite no seu potencial, busque apoio e não tenha medo de ocupar espaço.” Ela vê a missão da AMIG como algo ainda em construção, com planos de expandir o programa de mentoria, lançar novas iniciativas educacionais e estabelecer parcerias internacionais. O movimento por equidade no iGaming brasileiro está ganhando força, mas é o sentimento de pertencimento e propósito coletivo que o mantém vivo. “A gente comemora as vitórias e chora as dores juntas”, resume uma das fundadoras da AMIG.

À medida que esse diálogo evolui, a SiGMA convida você a acompanhar essa jornada global e descobrir novos insights na edição 33 da Revista SiGMA, onde novas vozes, histórias e oportunidades te esperam.