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A Terceira Divisão do Sandiganbayan condenou o ex-presidente da Corporação Filipina de Entretenimento e Jogos (PAGCOR), Efraim Genuino, e quatro ex-altos executivos da entidade por diversos crimes de corrupção e desvio de verba pública, relacionados ao suposto uso indevido de mais de PHP 50 milhões (equivalente a cerca de € 806.850) em recursos públicos. O Sandiganbayan é um tribunal colegiado especial nas Filipinas, com jurisdição sobre casos civis e criminais envolvendo corrupção e práticas ilegais por parte de funcionários públicos.
A sentença, de 257 páginas, foi proferida em 9 de maio e inclui Genuino e os ex-dirigentes Rafael Francisco (ex-presidente da PAGCOR), Rene Figueroa (ex-vice-presidente sênior de Administração), Edward King (ex-vice-presidente sênior de Comunicação Corporativa) e Valente Custodio (ex-vice-presidente assistente de Auditoria Interna). Cada um foi considerado culpado por cinco infrações à Lei Anticorrupção das Filipinas e por cinco crimes de malversação, conforme estabelecido pelo Código Penal do país.
As acusações têm origem em uma série de projetos realizados entre 2005 e 2009 com a BIDA Production e a BIDA Foundation, organização que teria sido fundada pelo próprio Genuino. O tribunal concluiu que os réus facilitaram a contratação direta e a liberação de recursos públicos sem realizar processos licitatórios, infringindo as leis de compras governamentais.
A corte apontou irregularidades em vários projetos ligados à BIDA. Em dois casos criminais distintos, os executivos aprovaram contratos com a BIDA Production para atividades realizadas em 2005 e 2006 sem realizar a licitação obrigatória. As atividades contratadas – como oficinas de confecção de lanternas e concursos de corais – não eram consideradas altamente especializadas e poderiam ter sido contratadas de outras empresas.
Em outros casos, verificou-se que fundos públicos foram usados para financiar os quadrinhos da BIDA e a Caravana BIDA contra as drogas ilegais. Embora essas ações tivessem um caráter social e estivessem dentro da missão da PAGCOR, a liberação dos recursos ignorou as exigências legais de contratação pública. Os valores gastos ultrapassaram os limites permitidos para métodos alternativos de aquisição, chegando a milhões de pesos em itens promocionais como faixas e crachás.
Outro projeto mencionado foi a Grande Marcha BIDA, realizada em 2009 para promover a conscientização sobre as drogas ilegais. Quase PHP 20 milhões (aproximadamente € 322.740) foram investidos no evento. Embora o objetivo tenha sido considerado de interesse público, a acusação conseguiu demonstrar múltiplas violações nos procedimentos de liberação desses recursos.
Os cinco réus também foram condenados, em cinco processos separados, por crimes de malversação de fundos. Duas dessas condenações resultaram em penas de 10 a 17 anos de prisão, uma em pena de 6 a 11 anos, e outras duas em reclusão perpétua, o que, segundo a legislação filipina, corresponde a penas que variam entre 20 e 40 anos de prisão. Além disso, todos foram condenados ao pagamento de multas que somam PHP 45,17 milhões (cerca de € 728.908).
Apesar de as penas somadas ultrapassarem 100 anos, a legislação das Filipinas limita a pena máxima de prisão para um único crime a 40 anos. A justiça também determinou a inelegibilidade permanente de todos os condenados para ocupar cargos públicos.
O Sandiganbayan absolveu os réus de outras 14 acusações de corrupção e 15 de malversação, incluindo doações feitas a entidades privadas. O tribunal alegou que, nesses casos, a acusação não conseguiu comprovar culpa além de qualquer dúvida razoável.
Já os processos contra Ester Hernandez, ex-vice-presidente de Contabilidade da PAGCOR, foram arquivados. Ela permanece foragida, e os casos poderão ser reabertos em caso de prisão ou entrega voluntária.