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Fechamento de cassinos secundários da SJM não afetará classificação de crédito, diz Fitch

Anchal Verma
Escrito por Anchal Verma
Traduzido por Thawanny de Carvalho Rodrigues

A Fitch Ratings Inc. afirmou que o plano da SJM Holdings Ltd de encerrar as operações de sete cassinos secundários e adquirir os imóveis que abrigam o Casino Ponte 16 e o Casino L’Arc Macau provavelmente não terá um impacto significativo no perfil de crédito da operadora. Apesar de as aquisições serem financiadas por dívida, a Fitch espera que o impacto financeiro seja administrável, com a alavancagem da SJM permanecendo dentro de limites aceitáveis.

Transição para cassinos próprios

A SJM Holdings, que atualmente opera nove dos 11 cassinos secundários de Macau sob sua licença, anunciou em 9 de junho a decisão de abandonar o modelo de cassinos secundários. Apenas dois empreendimentos — o Ponte 16 e o L’Arc Macau — continuarão operando após 2025. A empresa planeja adquirir os imóveis desses dois locais, transformando-os em cassinos de gestão própria.

O Casino Ponte 16 é uma joint venture entre a SJM Holdings (com 51% de participação) e o Success Universe Group Ltd, listado em Hong Kong (com 49%). Já o L’Arc Macau tem ligação com Angela Leong On Kei, copresidente e diretora executiva da SJM Holdings. Ambos os empreendimentos estão localizados na península de Macau.

As aquisições ainda precisam ser aprovadas pelo governo de Macau.

Impacto sobre o perfil de crédito e as operações

Segundo a Fitch Ratings, as aquisições, que devem ser financiadas por dívida, podem afetar de forma moderada a alavancagem da SJM. No entanto, o aumento no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) proveniente dos dois cassinos deverá compensar parte da nova dívida. A agência projeta que a alavancagem líquida da SJM em relação ao EBITDA fique abaixo de cinco vezes até 2027, mantendo-se em níveis gerenciáveis.

Em dezembro de 2023, a Fitch reafirmou a classificação de risco de longo prazo em moeda estrangeira da SJM em ‘BB-’, com perspectiva estável.

Mudanças regulatórias impulsionam a decisão

Essa reestruturação da SJM acontece em resposta às novas regras para o setor de jogos, introduzidas em 2023 com a atualização do marco legal de Macau. A partir de 2026, os investidores terceiros nos cassinos secundários só poderão receber uma “taxa de gestão” por meio de uma “empresa gestora” registrada, encerrando o modelo anterior de divisão de receita.

Atualmente, Macau conta com 11 cassinos secundários: nove operando sob a licença da SJM, um sob a licença da Galaxy Entertainment Group e outro sob a da Melco Resorts & Entertainment.

Redistribuição de mesas e funcionários

Para otimizar suas operações, a SJM planeja redistribuir cerca de 300 mesas de jogo e 4.000 funcionários dos cassinos secundários que serão fechados para seus próprios empreendimentos, incluindo o Grand Lisboa Palace. Este último tem capacidade para mais de 300 mesas, embora apenas 210 estejam em funcionamento atualmente.

A Fitch acrescentou que o impacto no EBITDA com os fechamentos dependerá da capacidade da SJM de conquistar participação de mercado com as mesas redistribuídas. A projeção da agência considera que eventuais perdas de receita com o encerramento dos cassinos secundários devem ser compensadas pelos ganhos obtidos nos empreendimentos de gestão própria.

Possíveis mudanças no mercado

O banco Morgan Stanley destacou que os cassinos secundários operados pela SJM geraram HKD 2,8 bilhões (aproximadamente US$ 356,7 milhões) em receita bruta de jogos no primeiro trimestre de 2025, o que representa 5% do total de Macau. A instituição sugeriu que essa receita poderá migrar para outros cassinos localizados na península, como o MGM Macau, o StarWorld Hotel e os empreendimentos centrais da própria SJM — Grand Lisboa e Lisboa.

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