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Um total de 189 ex-senadores tailandeses — entre eles três ex-presidentes do Senado — manifestou-se publicamente contra dois projetos de lei que visam legalizar os cassinos físicos e as apostas online na Tailândia. Segundo o portal Nation Thailand, o comunicado foi assinado por Manoonkrit Rupkhachorn, Thiradej Meepian e Pornpetch Wichitcholchai e apela ao governo e aos partidos políticos para que desistam de aprovar o projeto de lei do Complexo de Entretenimento e a proposta de legalização dos jogos de aposta online.
Os ex-parlamentares criticaram a decisão do governo de avançar com as propostas neste momento, argumentando que questões urgentes e de interesse nacional, como os desdobramentos do terremoto ocorrido em 28 de março, deveriam ser priorizadas. Eles também demonstraram preocupação com a aparente pressa do governo em aprovar os projetos ainda antes do encerramento da atual sessão parlamentar, marcado para 10 de abril, mesmo diante da resistência generalizada da população.
Entre os principais pontos destacados pelos ex-senadores está a inclusão repentina da legalização dos jogos de azar na pauta legislativa, algo que não fazia parte das diretrizes iniciais do governo. O grupo questionou os reais interesses por trás dessa mudança repentina e ressaltou a ausência de um debate público amplo ou de consultas adequadas à sociedade.
O comunicado também expressa receios em relação aos possíveis impactos sociais da criação de zonas de cassinos. Embora o governo afirme que os espaços para jogos representariam apenas uma pequena parcela de grandes complexos de entretenimento, os ex-senadores alertaram que, mesmo em proporções limitadas, esses ambientes podem agravar problemas sociais como vício em jogos e desestruturação familiar. Segundo eles, os custos sociais podem acabar sendo maiores do que os supostos benefícios econômicos alegados pelos defensores da proposta.
Outro ponto que tem gerado críticas é o modelo de governança proposto nos projetos de lei, que atribuiria amplos poderes a um comitê responsável por fiscalizar as operações de cassinos. Os ex-parlamentares alertaram que esse formato carece de mecanismos de controle e transparência, abrindo margem para abusos e má gestão.
Além disso, os argumentos econômicos utilizados para justificar as propostas também foram questionados. De acordo com os ex-senadores, a legalização dos cassinos e das apostas online não resultaria em crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), mas apenas redistribuiria recursos já existentes na economia tailandesa. Eles citaram uma análise do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que indica que os ganhos financeiros dificilmente trariam benefícios à população como um todo.
O grupo também apontou para os riscos de aumento da criminalidade, citando fraudes online, crimes transfronteiriços e corrupção como possíveis consequências. O comunicado menciona países vizinhos — como Mianmar, Camboja e Filipinas — como exemplos de nações em que a legalização dos jogos não resultou na prometida transformação econômica, mas sim em mais desafios sociais e problemas criminais.
Apesar da forte oposição, a expectativa é que a Câmara dos Representantes inicie o debate sobre o projeto de lei do Complexo de Entretenimento em 9 de abril. O Senado, por sua vez, incluiu o tema na pauta do dia 8, com o objetivo de avaliar os impactos da medida e considerar a opinião pública. Alguns senadores vêm pressionando por mais tempo de análise e maior transparência no processo, diante das alegações de que a tramitação está sendo acelerada sem o devido escrutínio.