Vício em jogo leva a Armênia a propor imposto de 10% sobre o faturamento

Escrito por Ansh Pandey

A Armênia está considerando impor um imposto sobre o faturamento de 10% ao setor de jogos de azar, além dos impostos e taxas já existentes, como parte de um esforço mais amplo para regulamentar a indústria. A proposta, apresentada por Hayk Sargsyan, membro da facção governista Contrato Civil, recebeu uma recepção positiva em sua primeira leitura pelo Comitê de Assuntos Econômicos da Assembleia Nacional em 5 de fevereiro.

A proposta de Sargsyan surge em resposta ao crescimento acelerado e preocupante do setor de jogos de azar na Armênia. Apesar das medidas legislativas anteriores para reforçar a regulamentação, as atividades de apostas continuam em ascensão. Segundo Sargsyan, as iniciativas adotadas até agora foram insuficientes para conter a expansão da indústria. Ele argumenta que medidas fiscais adicionais são necessárias para controlar o setor, especialmente diante do aumento das plataformas de apostas online e virtuais.

O setor de jogos de azar na Armênia tem experimentado um crescimento expressivo nos últimos 13 anos, abrangendo cassinos tradicionais, jogos online, loterias e operações de apostas esportivas.

Mercado registra crescimento de 17 vezes

O volume total de apostas realizadas pelos armênios em 2024 ultrapassou US$ 18 bilhões (€ 17,34 bilhões), representando um aumento de 17 vezes em relação a 2018. A maior parte dessas apostas foi feita em plataformas online. Esse crescimento vertiginoso gerou preocupações não apenas sobre o impacto econômico, mas também sobre as possíveis consequências sociais, incluindo o aumento das taxas de dependência em jogos de azar.

No entanto, a proposta de aumentar os impostos gerou um intenso debate. Babken Tunyan, vice-presidente do Comitê de Assuntos Econômicos, expressou preocupações sobre os possíveis efeitos negativos de medidas fiscais mais rígidas.

Ele alertou que impostos mais altos poderiam levar as empresas de jogos de azar a deixar a Armênia, transferindo suas operações para outros países ou continuando a atuar no espaço virtual, onde a regulamentação é mais difícil de ser aplicada. Tunyan também ressaltou que aumentar impostos nem sempre resulta em maior arrecadação para o governo, tornando incerta a eficácia da medida.

Primeiro-ministro alerta para riscos da dependência em jogos de azar

O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, também abordou o tema em uma recente coletiva de imprensa. Ele afirmou que, embora o governo queira impor restrições ao setor, não pode bani-lo completamente, pois a prática é amplamente difundida no mundo. Pashinyan destacou os desafios da regulamentação do jogo online, afirmando: “Se as pessoas não fizerem apostas na Armênia, farão em outro país. São apostas online. E se restringirmos a internet, certamente haverá muitas críticas nos acusando de limitar a liberdade das pessoas.”

O aumento da dependência em jogos de azar na Armênia tem se tornado uma preocupação crescente. Estudos indicam que aproximadamente 2% a 3% dos apostadores no país desenvolvem um vício. A proliferação das plataformas de apostas online agravou o problema, com o número de jogadores mais do que dobrando entre 2018 e 2020.

Os impactos da dependência em jogos de azar são severos, frequentemente resultando em ruína financeira, conflitos familiares e problemas de saúde mental. Muitas famílias relatam consequências devastadoras, com indivíduos perdendo grandes quantias de dinheiro e se isolando socialmente.

Como resposta a essas preocupações, o governo armênio tem implementado diversas medidas legislativas para regular a indústria de jogos de azar e reduzir os riscos de dependência.

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