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À medida que a indústria de iGaming se torna mais regulamentada e vigiada, o papel dos influenciadores evoluiu: de promotores chamativos a embaixadores de marca com responsabilidades mais estratégicas — responsáveis por cultivar confiança, credibilidade e engajamento de longo prazo. Essa foi a principal discussão do painel “Novas Vozes no iGaming”, realizado durante o BiS SiGMA Américas 2025, com moderação de Pedro Lucas, afiliado e comentarista do setor.
Com participações de peso, o painel contou com Ronald Lopes (CEO, Loyalty Group), Filipe Molon (Diretor de Aquisição, Ana Gaming Group) e Natalia Nogues (Fundadora & Diretora, AMIG), que trouxeram uma análise profunda sobre as novas dinâmicas entre marcas de iGaming e os influenciadores que as representam.
Pedro Lucas abriu o debate destacando os dois perfis principais de influenciadores: aqueles que geram visibilidade para a marca e os que de fato impulsionam aquisição de usuários. “Temos influenciadores que promovem a marca e outros que realmente convertem,” observou, dando o tom da discussão sobre performance versus presença.
Ronald Lopes reforçou que ambos os perfis são necessários. Ele citou cases com influenciadores famosos como Carlinhos Maia, que geram resultados não apenas em alcance, mas em conversões reais. “A conversão dispara quando as plataformas usam e-mails de follow-up com rostos conhecidos, como Deolane ou Virgínia,” explicou. “A familiaridade gera confiança.”
Filipe Molon abordou o aperto regulatório de entidades como o CONAR, que restringiram práticas promocionais antes mais livres. “O mercado amadureceu,” disse Molon. “Hoje buscamos influenciadores que agregam credibilidade, que atuam como verdadeiros embaixadores. Eles não apenas postam um link; representam valores.”
Molon defendeu a transição de campanhas centradas em hype para estratégias fundamentadas em transparência e construção de marca a longo prazo: “Não é mais só sobre gerar tráfego. É sobre confiança. E essa confiança, com o tempo, reduz o custo de aquisição e aumenta o valor do jogador no ciclo de vida.”
Natalia Nogues concordou, ressaltando a importância da comunicação responsável na transformação da imagem pública das apostas. “Os embaixadores estão mostrando ao público que apostar não é sobre promessas irreais,” disse. “É entretenimento, é diversão, mas deve ser encarado com responsabilidade.
Outro ponto importante foi o desafio de competir com plataformas não regulamentadas, muitas de origem chinesa, que inundam as redes sociais com promessas enganosas e inflacionam o valor dos influenciadores. Lopes explicou como essas práticas distorcem o mercado: “Como competir com quem paga quatro vezes mais simplesmente porque não paga os saques?”
Mas, em vez de embarcar em uma corrida para o fundo do poço, os painelistas defenderam parcerias baseadas em valor. “Precisamos educar os influenciadores,” disse Lucas. “Eles devem entender os riscos reputacionais de promover plataformas duvidosas. Legitimidade e tranquilidade valem mais do que cachês inflacionados e pontuais.”
Para equilibrar expectativas, Pedro Lucas compartilhou a estratégia de recrutamento do seu grupo, baseada em funis: ela começa com influenciadores de grande alcance e os direciona para campanhas seguras e alinhadas à regulamentação.
Houve consenso em torno da eficácia de estratégias de marketing indireto. Nogues destacou o poder de visibilidade por meio de conteúdos integrados — com logotipos em roupas ou aparições sutis em vídeos casuais — em vez de chamadas explícitas para ação.
“Nem sempre é sobre dizer “clique aqui para depositar”,” comentou Molon. “Às vezes, é sobre “vender sem vender”, inserir a marca na mente do público até que a confiança seja tão alta que a conversão aconteça de forma natural.”
Um exemplo citado foi Vanderlei Silva, ex-lutador do UFC e embaixador da Ana Gaming Group, que entrega análises técnicas de lutas sob o guarda-chuva da marca. “As pessoas seguem o Vanderlei pelo conteúdo, e acabam conhecendo a marca através dele. É sobre alinhamento, não agressividade.”
Ronald Lopes trouxe a personalização com uso de inteligência artificial como uma das apostas para o futuro do marketing com influenciadores. Ele citou o exemplo da Soft Suisse, onde os jogadores recebem vídeos personalizados de embaixadores, com voz e expressões faciais geradas por IA. “Imagine um embaixador agradecendo você pelo nome após um depósito — esse nível de personalização cria uma conexão poderosa,” observou.
Táticas como essas, aliadas a ativações que fortalecem a lealdade — como brindes autografados — têm se tornado um diferencial entre marcas comprometidas com o engajamento contínuo.
Questionados sobre como escolher embaixadores além dos nichos tradicionais, como o futebol, os painelistas destacaram a importância da estratégia baseada em comunidade. Molon explicou: “Primeiro definimos o público-alvo — seja de música, MMA, games — e só depois identificamos vozes que ressoam nessas microculturas. A estratégia começa no topo e guia a seleção.”
Nogues encerrou com um convite à mudança da narrativa pública sobre o setor: “Não somos apenas um setor que paga bem. Somos um setor que oferece entretenimento legítimo e espaço para uma comunicação ética, criativa e eficaz.”
O painel “Novas Vozes no iGaming” marcou um ponto de virada importante para a estratégia com influenciadores no setor. Com o aumento das exigências regulatórias e um público cada vez mais criterioso, visibilidade por si só já não basta. Influenciadores devem evoluir de criadores de conteúdo para pontes culturais. Devem oferecer não apenas suas imagens, mas também seus valores, alinhando reputação, alcance e responsabilidade para consolidar um mercado baseado em credibilidade. Nesse novo ecossistema, a confiança é a moeda mais valiosa.
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