Puneet Singh explora o lado humano do pensamento das máquinas na SiGMA Ásia 2025

Matthew Busuttil
Escrito por Matthew Busuttil
Traduzido por Thawanny de Carvalho Rodrigues

O retorno de uma voz familiar

Em uma palestra envolvente na SiGMA Ásia 2025, realizado em Manila, Puneet Singh, Diretor Associado de Inovação e Tecnologia da PwC Índia, apresentou uma poderosa reflexão sobre a filosofia e o potencial da inteligência artificial. A sessão, intitulada Por que a IA é o Espelho Supremo da Ambição Humana: Uma Jornada ao Coração do Pensamento das Máquinas, foi muito além de uma discussão técnica — foi um comentário profundo sobre a condição humana, o progresso e o nosso futuro coletivo.

De volta ao palco da AIBC pelo terceiro ano consecutivo, Singh revisitou a trajetória da sua narrativa sobre a IA:

“Na primeira edição da AIBC Manila, falei sobre por que a IA é a maior expressão da ambição humana… No ano seguinte, abordei o tema homem versus máquina. Alerta de spoiler: o homem vence, porque temos propósito e ambição.”

A IA como reflexo da humanidade

Neste ano, sua palestra mergulhou ainda mais fundo, tratando a IA não apenas como uma ferramenta, mas como um espelho poderoso de quem somos — e de quem podemos nos tornar.

“A IA é a maior oportunidade que temos de codificar a essência humana e impulsionar a sociedade.”

Singh revisitou as bases da inteligência das máquinas, citando o “jogo da imitação” de Alan Turing e como os parâmetros que definem a credibilidade da IA estão mudando rapidamente:

“Ultimamente, está cada vez mais difícil distinguir entre um LLM (modelo de linguagem de larga escala) e um ser humano.”

No entanto, a questão central evoluiu:

“A verdadeira pergunta não é mais: as máquinas conseguem nos enganar? Mas sim: podemos confiar nelas — e como seguimos adiante?”

Um modelo filosófico para o desenvolvimento da IA

Para traçar um caminho para o futuro, Singh apresentou a sua “bússola” da IA — uma estrutura estratégica orientada pelo florescimento humano como princípio fundamental. Essa estrutura se apoia em quatro pilares: oportunidade inclusiva, para garantir que todos os segmentos da sociedade avancem juntos; inovação exponencial, que valoriza os avanços disruptivos; responsabilidade compartilhada, promovendo a responsabilidade coletiva; e design ético, priorizando a criação de sistemas seguros e transparentes desde a base.

“Tudo o que nos ajuda a avançar juntos como sociedade deve ser mantido como nossa estrela-guia.”

Uma trajetória pessoal na cibersegurança e na ética da IA

Unindo percepções profissionais a reflexões pessoais, Singh compartilhou sua evolução — de estagiário na equipe vermelha de cibersegurança a arquiteto da equipe azul na PwC Índia.

“Quando comecei minha carreira, fazia parte da equipe vermelha… com o tempo, migrei para o lado da equipe azul.”

Ele destacou uma iniciativa recente: o Secure Astra, uma ferramenta de segurança para IA que ajudou a desenvolver e patenteou. Durante um teste interno de estresse, sua equipe conseguiu contornar as camadas de segurança da IA generativa utilizando um ataque por cifra, revelando uma vulnerabilidade crítica:

“Precisamos definir sistemas melhores, que compreendam aspectos além da nossa própria capacidade de entendimento.”

Esse episódio evidenciou a necessidade de desenvolver projetos de IA que antecipem ameaças ainda não previstas pela mente humana.

A convergência entre ética, escala e disrupção

Olhando para o futuro, Singh vislumbrou um mundo permeado pela IA, onde a disrupção se tornará a norma. De mídia e entretenimento a negócios e indústria, os limites tradicionais estão rapidamente desaparecendo:

“Estamos assistindo a uma disrupção massiva em diversos setores… isso está nivelando o campo de jogo.”

Ainda assim, ele ressaltou que, junto à inovação, é fundamental estabelecer salvaguardas éticas, destacando os esforços atuais para criar padrões e protocolos globais para a IA:

“Muitos padrões e protocolos estão sendo desenvolvidos hoje para manter a segurança como base da inovação em IA.”

Um futuro moldado pela intenção, não pelo acaso

Em suas considerações finais, Singh enfatizou o potencial transformador da IA — não apenas para replicar padrões humanos, mas para amplificar nossas capacidades:

“Tudo aquilo que conseguimos imaginar ao longo do nosso ciclo de vida, com a IA, podemos alcançar em escala dez vezes maior.”

Ele propôs que o futuro não deve ser encarado como um destino fixo, mas como uma direção que estabelecemos hoje, orientando nossas escolhas:

“O futuro não é um lugar que queremos alcançar, mas sim uma bússola que definimos agora e seguimos nessa direção.”

Para quem deseja acompanhar as discussões que estão moldando a IA, a tecnologia e a ambição humana, fique atento à programação da SiGMA Ásia 2025 e não perca os painéis mais inspiradores do evento.