Japão vai redefinir locais de licença para cassinos; Hokkaido e Tóquio demonstram interesse, diz relatório

Traduzido por Thawanny de Carvalho Rodrigues

O Japão está se preparando para retomar o processo de licitação das licenças de resorts integrados com cassinos (IR), com o objetivo de conceder mais duas autorizações até o final de 2027. De acordo com uma reportagem do Hokkaido Shimbun, essa nova etapa completaria a estrutura inicial definida pela legislação de 2018, que prevê a criação de até três resorts com cassino no país. Até agora, apenas uma licença foi concedida — para o projeto da MGM Osaka, atualmente em construção.

Essa retomada ocorre após uma pesquisa informal conduzida pelo governo central no final de 2023 indicar que diversas prefeituras, incluindo Hokkaido, demonstraram interesse renovado em participar do processo. A Comissão Reguladora de Cassinos do Japão, que até o momento concedeu apenas uma licença, deve reabrir o processo de candidaturas ainda este ano.

Em entrevista à SiGMA News, o consultor de iGaming John Calderon afirmou que o movimento do Japão representa um avanço importante para o setor: “A possibilidade de o Japão liberar novas licenças para resorts integrados é extremamente animadora. Operadoras globais vão se mobilizar para garantir presença em um dos maiores e mais promissores mercados do mundo. Isso deve resultar em experiências de jogo inovadoras e um impulso significativo de investimentos para a economia japonesa”, afirmou Calderon.

“Tudo indica que será uma situação de ganhos mútuos — novas oportunidades para o país e, para os jogadores, uma nova oferta de entretenimento de alto nível”, completou.

O projeto da MGM Osaka é visto como o primeiro grande passo do Japão no setor de resorts com cassinos. Avaliado em JPY 1,27 trilhão (US$ 8,8 bilhões), o complexo está programado para ser inaugurado em 2030 na Ilha de Yumeshima. Como o primeiro IR do país, ele deve desempenhar um papel essencial tanto na geração de confiança entre investidores quanto na definição de modelos para futuros empreendimentos.

Tóquio pode entrar na disputa; Hokkaido retoma ambições

A imprensa local informou que Tóquio voltou a ser cogitada como uma possível candidata à licença de IR, após anos de hesitação e resistência política. Quando o processo foi iniciado, em 2019, a capital japonesa era considerada o local com maior potencial econômico, graças à sua população, infraestrutura e posição como principal porta de entrada internacional do país. No entanto, a falta de clareza em relação à disposição política da cidade levou muitas operadoras internacionais a direcionarem seu interesse para outras localidades, como Yokohama — que mais tarde rejeitou o desenvolvimento de um cassino.

Enquanto isso, Hokkaido — a segunda maior ilha do Japão, com mais de cinco milhões de habitantes — está reavaliando sua decisão anterior de não participar do programa de IRs. A região já havia atraído o interesse de operadoras renomadas, como Hard Rock International, Mohegan Gaming e Rush Street Japan, antes de se retirar do processo.

MGM Osaka estabelece um novo padrão

Na semana passada, teve início oficialmente a construção do MGM Osaka, com uma cerimônia que contou com a presença de autoridades e executivos. O projeto prevê três hotéis com 2.500 quartos, centros de conferência e exposições, shopping center, espaços para entretenimento e um cassino que ocupará apenas 3% da área total construída do resort.

A expectativa é que o projeto de Osaka gere mais de US$ 1 bilhão por ano para a economia regional e cerca de US$ 750 milhões em arrecadação para o governo nacional, considerando taxas de entrada e impostos.

No entanto, Calderon ressalta que, antes de o Japão expandir ainda mais o mercado, é fundamental combater os mercados ilegais e paralelos: “É preciso um marco regulatório sólido aliado a ações firmes contra práticas ilícitas. Essa abordagem preventiva pode evitar a proliferação do jogo ilegal e garantir que os benefícios dos IRs legalizados sejam plenamente aproveitados”, concluiu.