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O Japão está considerando uma nova legislação para proibir cassinos online e reforçar as medidas de prevenção contra danos relacionados ao jogo. Parlamentares da base governista e da oposição concordaram em apresentar um projeto de lei durante a atual sessão da Dieta com o objetivo de revisar as leis vigentes e proibir de forma explícita a operação e a promoção de plataformas de cassinos online.
A decisão vem após reuniões entre oito partidos e grupos parlamentares, incluindo o Partido Liberal Democrata, o Komeito, o Partido Democrático Constitucional do Japão, o Partido da Inovação do Japão, o Partido Democrático pelo Povo, o Partido Comunista Japonês, o Reiwa Shinsengumi e o Yushi no Kai.
O projeto propõe proibir a abertura e operação de cassinos online, além de restringir a veiculação de anúncios ou links para essas plataformas por meio de redes sociais e outros canais. A proposta deve ser submetida ao Comitê de Gabinete da Câmara dos Representantes ainda este mês, com grande chance de ser aprovada antes do encerramento da sessão legislativa.
Embora o texto não preveja penalidades específicas, ele busca eliminar lacunas legais e facilitar a atuação das autoridades. O governo também planeja apoiar empresas de comunicação na remoção de anúncios e publicações relacionadas a cassinos online, mediante solicitação da polícia.
O Ministério de Assuntos Internos e Comunicações criou um painel de especialistas para estudar formas de bloquear o acesso a sites de cassinos. As discussões já começaram, com foco em métodos para interromper forçadamente essas conexões.
Embora cassinos online sejam legais em alguns países, seu uso a partir do território japonês é considerado crime, de acordo com o Código Penal do Japão. No entanto, muitos usuários desconhecem essa ilegalidade. Uma pesquisa divulgada pela Agência Nacional de Polícia em março revelou que cerca de 3,37 milhões de pessoas no Japão acessaram cassinos online, com apostas anuais totalizando aproximadamente JPY 1,2 trilhão (cerca de US$ 8,9 bilhões). Desse total, 31% dos usuários estavam na faixa dos 20 anos e 27% tinham entre 30 e 39 anos.
Para enfrentar esse desconhecimento generalizado, o projeto revisado prevê que tanto o governo central quanto os governos locais promovam campanhas de conscientização para informar a população de que os cassinos online são ilegais. Os oito partidos envolvidos no debate já concordaram em concluir os trâmites internos até o fim do mês e apresentar a proposta imediatamente.
A proposta chega em um momento em que o Japão se prepara para inaugurar seu primeiro resort integrado com cassino físico — o MGM Osaka — previsto para o fim de 2030. O projeto de JPY 1,27 trilhão (aproximadamente US$ 9,4 bilhões), liderado pela MGM Resorts International e pela japonesa Orix Corporation, teve recentemente uma cerimônia de lançamento com a presença de autoridades do governo e representantes corporativos. Com os cassinos físicos legalizados como forma de impulsionar o turismo e a economia regional, os legisladores buscam deixar claro que cassinos online seguem proibidos, com o objetivo de evitar problemas decorrentes do jogo.
Paralelamente, crescem as preocupações com o aumento do jogo ilegal online no país. Um relatório recente do Conselho para a Promoção do Ecossistema Esportivo, com sede em Tóquio, revelou que residentes no Japão apostaram cerca de JPY 6,45 trilhões (US$ 44 bilhões) no ano passado em sites estrangeiros de apostas esportivas — todos ilegais segundo a legislação japonesa. Desse total, cerca de JPY 1 trilhão (US$ 6,8 bilhões) foram apostados em esportes nacionais, como beisebol, futebol e basquete, levantando alertas sobre o risco de manipulação de resultados e ameaças à integridade dos atletas.
O relatório também apontou um crescimento acelerado no mercado ilegal de apostas esportivas transfronteiriças, indicando que o baixo nível de conscientização pública e o fácil acesso via smartphones dificultam o controle por parte das autoridades. Em 2024, o Japão registrou um número recorde de 279 prisões relacionadas a sites de apostas online. Agora, as autoridades estão pressionando por maior cooperação internacional e campanhas de educação pública para combater o problema.