Por trás das pinceladas: vida e arte de Jono Pisano
A edição 29 da Revista SiGMA apresenta o talentoso artista ítalo-filipino Jono Pisano. Apaixonado pela vibrante e caótica beleza das Filipinas, Jono planeja fazer do país sua casa permanente.
Começando sua jornada artística em Nova York, Jono agora se aventura na agitada cidade de Manila. Em busca de um ambiente mais tranquilo e próspero tanto para si quanto para suas criações, ele planeja estabelecer um estúdio na província de Bataan, onde sua família possui uma fazenda.
Contribuição para a SiGMA Europa
Em novembro, Jono contribuirá com sua obra “Tropical Serenade” para o leilão beneficente da SiGMA Europa, em Malta. Inspirado por suas experiências na indústria de jogos, ele busca criar obras que ofereçam um alívio do caos diário da vida.
A arte de Jono é uma combinação harmoniosa de influências clássicas e sensibilidades modernas, convidando os espectadores a uma pausa e reflexão no meio do ritmo frenético do cotidiano. “Tropical Serenade” apresenta seu tio em uma clareira tranquila cercada por palmeiras, simbolizando um momento de serenidade em meio ao caos da vida diária.
Uma jornada para a vida toda
A jornada de Jono no mundo da arte foi algo inesperado. Crescendo com um pai profundamente envolvido na indústria de jogos, ele enfrentou constantes mudanças e relocação. Sendo uma pessoa tímida, o desenho tornou-se seu porto seguro nesses momentos de transição.
Sua paixão pelo desenho persistiu durante a juventude, levando-o a estudar arte na Parsons School of Design em Nova York. “Desenhar era a minha constante”, reflete ele. “Não importava o quanto o cenário mudasse, lápis e papel sempre me levavam a um lugar familiar.”
Ele iniciou sua carreira na arte comercial, particularmente no design de produtos. No entanto, o destino interveio quando uma galeria, impressionada por seus esboços, ofereceu-lhe uma exposição solo, consolidando sua decisão de seguir as belas artes.
Quando perguntado sobre como ele gostaria de ser percebido pelo mundo, ele abraçou o rótulo de “artista emergente”. Jono vê sua jornada artística como um empreendimento para toda a vida e está satisfeito com seu estágio atual.
As obras de Jono são caracterizadas por um estilo em constante evolução, convidando os espectadores a acompanhá-lo nessa jornada artística. A beleza paradoxal de Manila, uma mistura de caos e tranquilidade, de vibrância e paz, tem influenciado significativamente seu trabalho. No entanto, suas obras vão além de simples representações do ambiente; elas servem como um contraponto às distrações modernas, especialmente à natureza excessivamente estimulante das mídias sociais.
“Quero um espaço onde as pessoas possam ter seus próprios pensamentos, livres da constante busca por dopamina em plataformas como o Instagram”, diz ele.
Jono destacou como as pessoas estão constantemente distraídas e anseiam por paz. “Fico um pouco nervoso com isso — por não ter tempo de realmente ver as coisas como elas são, através da lente da sua própria perspectiva e história pessoal”, ele admitiu.
Entre suas muitas obras, Jono tem um carinho especial por um grande díptico intitulado “Unified by Obscurity”, que ele criou para sua segunda exposição solo em 2018. Como suas outras obras, essa peça convida os espectadores a explorar mais profundamente e encontrar conexões pessoais.
O amor de Jono pela beleza natural das Filipinas o inspirou a focar na pintura de pessoas e paisagens ao seu redor. Ele notou muitos rostos europeus na arte local e usou isso como inspiração para criar uma representação mais autêntica de seu ambiente.
Equilibrando o clássico e o moderno
O trabalho de Jono reflete um delicado equilíbrio entre a representação clássica e a expressão moderna. Ele se inspira nos estilos do Renascimento e do Impressionismo, incorporando técnicas meticulosas e uma exploração da luz e da percepção.
“Esse fato reflete como, no início da minha carreira, eu sentia que era importante conhecer as regras para que eu pudesse quebrá-las de forma eficaz”, comenta ele sobre encontrar o equilíbrio entre a representação clássica e a expressão moderna.
Ele também observou que, após dominar esses fundamentos, ficou mais fascinado com os mecanismos da visão e como as pessoas percebem o mundo, o que o levou a revisitar as ideias dos impressionistas. “Na era digital de hoje, onde as telas são onipresentes, senti que era crucial reexaminar como vemos e como as telas alteram nossa percepção.”
“Comecei a pensar em como os monitores duplos e a iluminação de fundo das telas influenciam nossa interação subconsciente com as imagens. Explorei a interação das cores nas bordas das imagens e como isso afeta nossa experiência visual.”
A mistura dessa técnica meticulosa e a exploração da visão e percepção é evidente em seu trabalho. A fusão de técnicas renascentistas e conceitos impressionistas influenciou suas obras, levando a um estilo único que aborda tanto a representação clássica quanto as dinâmicas visuais modernas.
Planos futuros
Os planos futuros de Jono incluem montar um estúdio na fazenda de sua família em Bataan, onde pretende focar na criação de peças escultóricas maiores. Ele ama animais e jardinagem e acredita que o trabalho manual permite que sua mente divague e pense criativamente.
Embora reconheça a rica história da indústria de arte filipina, Jono enfatizou a necessidade de mais apoio governamental para elevar a cena artística local ao nível das cenas artísticas de Nova York ou Paris.
Atualmente, Jono está trabalhando em uma nova peça, motivada por questões reflexivas sobre identidade e a natureza da pintura. Ele planeja criar obras que reflitam as pessoas ao seu redor, explorando temas de auto-revelação e conexão.
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