Manipulação na Série D: STJD aplica punições a sete envolvidos no caso Patrocinense

Escrito por Júlia Moura

A integridade no esporte é fundamental para a credibilidade das competições e para a confiança dos torcedores. Mas, temos visto diversos casos de manipulação de resultados e isso acaba quebrando a confiança, prejudicando operadores que se dedicam para construir isso. Um exemplo recente é o episódio envolvendo o Clube Atlético Patrocinense (MG) na Série D do Campeonato Brasileiro de 2024, que acabou em punições determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). 

O caso Patrocinense 

Em junho de 2024, durante uma partida entre Inter de Limeira e Patrocinense, foram identificados alguns pontos que levantavam suspeitas de manipulação de resultados. A equipe paulista venceu por 3 a 0, com todos os gols marcados no primeiro tempo, incluindo um gol contra. Algumas movimentações não muito comuns em casas de apostas foram detectadas pela empresa Sportradar, especializada em integridade esportiva, indicando que os apostadores envolvidos tinham conhecimento sobre o resultado parcial do jogo antes da partida.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ao receber o relatório da Sportradar, encaminhou-o à Polícia Federal (PF), que deu início à “Operação Jogo Limpo” para investigar o caso. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Patrocínio (MG), São José do Rio Preto (SP), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Tanguá (RJ) e Nova Friburgo (RJ). As investigações apontaram para um esquema de manipulação de resultados com o intuito de beneficiar um grupo de apostadores, com a participação de integrantes e ex-integrantes do Patrocinense.

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Punições aplicadas pelo STJD 

Em março de 2025, a Quarta Comissão Disciplinar do STJD julgou e puniu sete envolvidos no esquema: 

  1. Anderson Ibrahin Rocha (dirigente): Identificado como um dos responsáveis pelo agenciamento dos jogadores no esquema, foi punido com eliminação do futebol e multa de R$ 50 mil.  
  1. Marcos Vinícius da Conceição (investidor): Também responsável pelo agenciamento, recebeu a pena de eliminação e multa de R$ 25 mil.  
  1. Richard Bala (jogador): Envolvido diretamente na manipulação, foi suspenso por 720 dias e multado em R$ 25 mil.  
  1. Felipe Gama (jogador): Também participante do esquema, recebeu suspensão de 549 dias e multa de R$ 20 mil.  
  1. Dener (jogador): Por ter conhecimento do esquema e não o reportar, foi multado em R$ 2,5 mil.  
  1. Estevam Soares (técnico): Por não denunciar a manipulação, foi multado em R$ 20 mil. 
  1. Rodolfo “Dodô” (auxiliar técnico): Também por omissão, recebeu multa de R$ 10 mil.  

O relator do caso, Gustavo Favero Vaughn, destacou a gravidade das infrações, mesmo sendo a primeira vez que os envolvidos enfrentavam a Justiça Desportiva. Ele também pediu que as punições valessem internacionalmente, seguindo o Código Disciplinar da FIFA, e seu pedido foi aceito por unanimidade pela Comissão. 

Repercussões e medidas adicionais 

A descoberta do esquema de manipulação ganhou repercussão no futebol brasileiro. A CBF, por meio da sua Unidade de Integridade, participou ativamente das investigações desde o início, reafirmando seu compromisso com a transparência e a honestidade nas competições. Além disso, a parceria entre a CBF e a Polícia Federal foi reforçada para combater a manipulação de resultados no futebol brasileiro. 

O Clube Atlético Patrocinense alegou ter sido vítima do esquema criminoso conduzido pela empresa AIR GOLDEN, que tinha um contrato de gestão esportiva com o time. Após descobrir a fraude, o clube cancelou o contrato e colaborou com as autoridades, fornecendo informações e participando de audiências no STJD e no Senado Federal. 

Casos como esse mostram a necessidade de sistemas ainda mais eficientes para monitorar e prevenir manipulações de resultados. Empresas especializadas, como a Sportradar, têm um papel fundamental na detecção de fraudes em apostas e manipulação de resultados. Trabalhando junto com entidades esportivas e autoridades policiais, essas empresas ajudam a garantir a devida justiça e competitividade no esporte. 

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