Filipinas deportarão dois ex-funcionários indonésios de operadora POGO

Traduzido por Thawanny de Carvalho Rodrigues

O Departamento de Imigração das Filipinas (BI) recebeu a custódia de dois ex-trabalhadores indonésios da Comissão Presidencial de Combate ao Crime Organizado (PAOCC) para fins de deportação. Esta é a mais recente de uma série de deportações envolvendo estrangeiros que trabalharam anteriormente para Operadoras de Jogos Offshore das Filipinas (POGOs).

Em entrevista concedida a uma emissora de rádio local, o BI confirmou que, embora já tenha recebido uma confirmação informal sobre a transferência, os trâmites oficiais estão previstos para ocorrer assim que os trabalhadores chegarem às autoridades. O BI vem atuando em estreita colaboração com a PAOCC, que tem tido um papel essencial na localização e no apoio a estrangeiros que desejam retornar aos seus países de origem.

Os dois cidadãos indonésios haviam procurado a PAOCC anteriormente, manifestando o desejo de voltar para casa. Segundo eles, não tinham condições financeiras para custear a viagem e pediram ajuda para isso. A PAOCC informou que encaminharia os casos ao BI e ao Conselho Interinstitucional de Combate ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça, além de entrar em contato com a Embaixada da Indonésia para viabilizar o retorno dos trabalhadores.

Mais estrangeiros solicitam repatriação

Não é a primeira vez que trabalhadores estrangeiros buscam auxílio da PAOCC. Em março, outros sete indonésios se entregaram à comissão em situação semelhante, pedindo apoio para retornarem ao seu país. Nos últimos meses, o BI informou ter deportado entre 700 e 800 estrangeiros vinculados a POGOs, muitos dos quais estavam sem documentação regular ou envolvidos em atividades ilegais.

No ano passado, o presidente Ferdinand Marcos Jr. determinou a proibição total das operações de jogos offshore no país, como parte de uma medida mais ampla para combater crimes relacionados a esse setor.

Resposta legislativa aos problemas associados às POGOs

As deportações ocorrem em meio a uma nova mobilização legislativa que busca pôr fim definitivo às atividades das POGOs nas Filipinas. No início deste mês, a senadora Risa Hontiveros voltou a defender a aprovação do projeto de lei conhecido como Lei Anti-POGO, que prevê a proibição completa das operações de apostas offshore e a responsabilização legal de envolvidos em crimes relacionados.

O projeto busca enfrentar um padrão mais amplo de crimes transnacionais ligados às POGOs, como golpes, tráfico de pessoas e crimes financeiros. A proposta também inclui a revogação de benefícios fiscais concedidos às POGOs durante o governo Duterte e mecanismos para permitir que o Departamento de Receita Federal (BIR) recupere impostos não pagos.

Hontiveros alertou que, embora a fiscalização nas Filipinas tenha se intensificado, muitas operações fraudulentas têm migrado para países vizinhos do Sudeste Asiático, como Camboja e Mianmar. Ela defende que os governos da região se unam para uma resposta coordenada que desmantele essas redes criminosas.

Apelo por cooperação regional e global

A senadora também tem feito apelos por uma cooperação internacional mais forte, especialmente com países cujos cidadãos foram vítimas de fraudes associadas às POGOs. Entre as propostas está o envolvimento de governos ocidentais, como os dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Austrália. Hontiveros também sugeriu o fortalecimento do Processo de Bali — fórum regional voltado para o enfrentamento do tráfico de pessoas e da migração irregular —, com foco em políticas que priorizem a proteção das vítimas desses crimes.

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