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O Gabinete do Ombudsman das Filipinas destituiu o governador de Albay, Grex Lagman, do cargo público após considerá-lo culpado de má conduta grave por supostamente ter recebido pagamentos de operadores de jogos ilegais ligados ao jueteng, uma loteria clandestina amplamente disseminada no país.
De acordo com a imprensa local, a decisão, datada de 28 de janeiro e divulgada nesta semana, concluiu que Lagman teria recebido semanalmente pagamentos de proteção no valor de PHP 60.000 (cerca de US$ 1.070) entre novembro de 2020 e janeiro de 2021. A investigação teve início após uma denúncia apresentada em fevereiro de 2024 por Alwin Nimo, ex-líder comunitário (barangay chairman) de Daraga, que se identificou como coordenador de financiadores do jueteng. Nimo alegou que Lagman teria recebido um total de PHP 8,1 milhões (cerca de US$ 144.520) entre agosto de 2019 e junho de 2022, período em que ocupava os cargos de vice-governador e, posteriormente, de governador de Albay.
Segundo o relatório do Ombudsman, Lagman teria usado sua posição pública para facilitar a continuidade das operações ilegais de jogo na província em troca de pagamentos regulares. O documento afirma que as ações do ex-governador foram “intencionais e conscientes” e que havia clara intenção de obter benefícios pessoais com a atividade ilegal.
Apesar de ter sido considerado culpado por má conduta grave, o que justificou sua destituição do serviço público, as acusações de desonestidade e negligência no cumprimento do dever foram arquivadas por falta de provas suficientes. A decisão também impôs as sanções acessórias previstas para esse tipo de infração, incluindo a inelegibilidade para ocupar cargos públicos.
Após a publicação da decisão, Lagman declarou sua inocência por meio de uma postagem no Facebook e afirmou que irá recorrer da sentença.
“Reafirmo meu compromisso com a verdade: nunca recebi pagamento de jueteng durante meu mandato como vice-governador entre 2019 e 2022”, escreveu Lagman, em filipino. “Desde o início do meu mandato como governador, em 1º de dezembro de 2022, deixei claro meu posicionamento contra o jueteng. Por conta dessa posição firme, ninguém sequer ousou me oferecer qualquer tipo de propina.”
Advogado e ex-oficial de justiça, Lagman afirmou ter renunciado voluntariamente ao cargo em 24 de abril, assim que foi notificado da decisão, para evitar prejudicar o funcionamento do governo provincial. Ele ressaltou que sua saída não significa admissão de culpa, mas respeito ao processo legal.
Ele também informou que comunicou imediatamente o escritório regional do Departamento do Interior e Governo Local (DILG) sobre a decisão, observando que o órgão ainda não havia recebido notificação oficial. Sua equipe jurídica estaria se preparando para apresentar um recurso formal.
Em outubro de 2024, Lagman já havia revelado estar sob suspensão preventiva. A queixa alegava que, mesmo exercendo o cargo de presidente da legislatura provincial, ele não tomou medidas contra o jogo ilegal enquanto atuava como vice-governador.
Na época, Lagman respondeu às acusações com uma contra-afirmação, alegando que o caso era motivado politicamente e fazia parte de uma campanha de difamação orquestrada por adversários com foco nas eleições legislativas intermediárias, previstas para maio nas Filipinas. Ele também questionou a validade das provas, como comprovantes de depósito que supostamente atestariam os pagamentos recebidos.
O caso evidencia preocupações contínuas com a influência do jogo ilegal na política local filipina. Embora proibido, o jueteng segue enraizado em diversas províncias, muitas vezes sustentado por redes de proteção que envolvem autoridades locais e membros da polícia.
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