Senador retoma proposta de Lei Anti-POGO em meio ao avanço de esquemas ilegais no Sudeste Asiático

Traduzido por : Thawanny de Carvalho Rodrigues

A senadora filipina Risa Hontiveros voltou a defender a aprovação da Lei Anti-POGO, destacando a urgência de uma resposta regional coordenada diante da crescente ameaça representada pelas operações de jogos offshore. Em reportagem da Philippine News Agency, Hontiveros ressaltou que os Operadores de Jogos Offshore das Filipinas (POGOs) fazem parte de uma rede transnacional de golpes, tráfico de pessoas e crimes financeiros que vai muito além das fronteiras do país.

A proposta da Lei Anti-POGO prevê a proibição definitiva de todas as atividades ligadas aos POGOs no território filipino e busca responsabilizar criminalmente os envolvidos em crimes relacionados. Ao contrário das práticas anteriores, que costumavam recorrer à deportação, a nova medida exige que os acusados sejam julgados legalmente. O projeto também propõe a revogação dos benefícios fiscais concedidos aos POGOs durante o governo do ex-presidente Rodrigo Duterte, ao mesmo tempo em que permite que a Receita Federal (Bureau of Internal Revenue – BIR) continue a cobrar impostos pendentes dessas operadoras.

Hontiveros alertou ainda que, mesmo com o endurecimento das regras nas Filipinas, essas redes de golpe estão migrando para outros países do sudeste asiático, como Camboja e Mianmar. Por isso, pediu que os países da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) se unam para criar um código de conduta capaz de desmantelar esses centros de atividade criminosa e oferecer apoio às vítimas do tráfico humano.

Apelo por cooperação internacional e políticas centradas nas vítimas

Como vice-líder da minoria no Senado, Hontiveros também defendeu que a ASEAN colabore com governos ocidentais cujos cidadãos têm sido vítimas de golpes relacionados aos POGOs — entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Austrália. Ela recomendou ainda o fortalecimento do Bali Process, um fórum regional focado no combate ao tráfico de pessoas e à migração irregular, com o objetivo de desenvolver políticas mais eficazes que tratem os traficados como vítimas, e não como imigrantes ilegais.

Apesar de reconhecer as ações recentes do governo filipino — como a suspensão de novas licenças para POGOs e as operações policiais contra empresas que operavam sob fachada legal —, Hontiveros advertiu que os esforços para desarticular essas redes ainda estão longe de ser suficientes.

Proibição dos POGOs gera reações diversas no setor de jogos

No mês passado, a Corporação Filipina de Entretenimento e Jogos (PAGCOR) classificou a proibição dos POGOs como um desafio, mas também como uma oportunidade para a indústria de jogos do país. Em resposta ao discurso do presidente Ferdinand Marcos Jr. sobre o Estado da Nação (SONA) de 2024, a PAGCOR emitiu uma ordem determinando o encerramento total das operações de POGOs até o final de 2024. A agência também lidera um grupo técnico de trabalho responsável por apoiar os trabalhadores afetados, organizando feiras de emprego e programas de recolocação em parceria com o Departamento de Trabalho e Emprego (DOLE).

O presidente e CEO da PAGCOR, Alejandro Tengco, afirmou que a medida contribuiu para a retirada das Filipinas da lista de observação do Grupo de Ação Financeira Internacional (FATF), fortalecendo a integridade financeira do país. Segundo ele, a proibição faz parte de um esforço mais amplo para combater a lavagem de dinheiro e os fluxos financeiros ilícitos associados ao jogo offshore.

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