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Nova legislação na Nova Zelândia visa proibir a venda de todos os produtos da Lotto, tanto em lojas físicas quanto online, para menores de 18 anos. Defensores como a Problem Gambling Foundation apoiam essa medida, destacando os perigos de introduzir o jogo para crianças em idade precoce.
Atualmente, apenas os bilhetes Instant Kiwi são restritos por idade, permitindo que menores ainda adquiram outros produtos da Lotto. A falta de restrições abrangentes gerou preocupações sobre a normalização do jogo entre os jovens.
Para resolver essas preocupações, está sendo apresentada uma proposta de lei no Parlamento da Nova Zelândia para estender as restrições de idade a todos os produtos da Lotto. Tanto defensores da Lotto quanto da saúde pública apoiam essa mudança, reconhecendo a necessidade de proteger as crianças dos potenciais danos do jogo.
Andree Froude, diretora de defesa e saúde pública da Problem Gambling Foundation da Nova Zelândia, considera surpreendente que crianças possam comprar bilhetes de Lotto para seus pais. Ela enfatiza que permitir que jovens participem de atividades de jogo, mesmo que indiretamente, normaliza o comportamento e diminui os riscos percebidos.
Ela declarou: “Esse comportamento tende a normalizar o jogo e fazer com que pareça que não há risco associado a ele, e que é algo normal, por isso, é fundamental e envia um sinal de que esses são produtos de jogo e que as crianças não devem ser capazes de comprá-los.”
Hoje, a enxurrada de campanhas publicitárias sobre jogos parece ultrapassar tudo o que os jovens já viram, obscurecendo as percepções com glamour e a ilusão de um jogo sem consequências. Curiosamente, com os avanços tecnológicos, o mercado de jogos migrou para a dimensão online, tornando mais fácil e interativo alcançar as pessoas como nunca antes. Para agravar a situação, novas oportunidades de restrições também surgiram para os jovens altamente tecnológicos que passam mais tempo online.
Um exemplo disso são as “loot boxes” nos jogos online. Esses mecanismos de jogo permitem que os jogadores gastem dinheiro real para ganhar itens virtuais. As semelhanças com o jogo tradicional são marcantes e preocupantes.
Ela acrescentou: “É importante que façamos os jovens conscientes de que há risco associado ao jogo, seja qual for esse jogo. Certamente estamos vendo mais jovens se envolvendo com o jogo e, novamente, sendo alvo de publicidade. Isso é, sem dúvida, preocupante.”
Pesquisas mostram que a exposição precoce ao jogo aumenta significativamente o risco de desenvolver comportamentos prejudiciais relacionados ao jogo mais tarde na vida. Os pais podem ser aliados cruciais para manter os menores afastados do jogo. Eles devem estar cientes dos riscos e ensinar aos filhos que o jogo traz perigos. A aplicação dos novos limites de idade será muito importante.
Ela concluiu: “Eles estão nas redes sociais, são muito conectados à tecnologia, jogam e participam de atividades como loot boxes, que envolvem elementos de jogo. Essas práticas são muito semelhantes ao jogo, e os jovens precisam gastar dinheiro real para ter a chance de ganhar itens que desejam usar no jogo. Tudo isso os expõe ao jogo.”
Proteger os jovens da dependência do jogo não é apenas proteger o indivíduo, mas proteger a sociedade em um sentido mais amplo. A intervenção precoce e a regulamentação levarão, assim, a resultados mais positivos para as futuras gerações da Nova Zelândia. A existência de restrições de idade rigorosas para o jogo em outros países tem fornecido lições valiosas para a Nova Zelândia. Aprender com esses exemplos ajudará a formular políticas eficazes.