Regulamentando o mercado de jogos no Brasil

Escrito por Rami Gabriel
Traduzido por : Thawanny de Carvalho Rodrigues

Durante o BiS SiGMA Américas 2025, realizado no segundo dia do evento, no palco Jardins do Transamerica Expo Center, em São Paulo, um painel essencial intitulado “Uma Nova Era: O Comportamento do Brasileiro no Universo dos Jogos Regulamentados” reuniu especialistas para discutir o impacto transformador do mercado de iGaming regulamentado no Brasil.

Com mediação de Fabiola Jagger, cofundadora e CEO da Caleta Gaming, a sessão abordou como a regulamentação vem influenciando as preferências dos consumidores, os hábitos dos jogadores e as novas tendências do setor. O painel contou com nomes de peso da indústria, como Sebastián Perrier (Neco Games), Eliane Nunes (Salsa Technology), Rocio Moitino (Air Dice) e Ariel Litvack (Vebet), que trouxeram à tona os principais desafios e oportunidades surgidos com a regulamentação no país. Os especialistas analisaram o papel em constante evolução de operadores, provedores de jogos e agregadores diante do novo cenário e os reflexos dessa transformação na experiência dos jogadores.

Destaques do painel

  • Impacto sobre os operadores: Ariel Litvack comentou como a regulamentação dos jogos no Brasil provocou mudanças operacionais significativas. Hoje, os operadores precisam cumprir exigências rigorosas, como processos de verificação de identidade (KYC), medidas de jogo responsável e protocolos de transações financeiras. Esses requisitos tornaram o processo de abertura de contas mais complexo, especialmente se comparado a outros setores, como o de bancos digitais.
  • Desafios para os provedores de jogos: Os provedores enfrentam obstáculos relacionados aos altos custos de certificação e à necessidade de adaptar seus conteúdos ao perfil do mercado brasileiro. Rocio Moitino destacou as dificuldades financeiras e logísticas para alinhar os jogos às exigências regulatórias, o que tem provocado atrasos na certificação de títulos e uma oferta mais limitada de conteúdo para os operadores.
  • Repercussões para os agregadores: Eliane Nunes explicou que a obrigatoriedade de certificar cada novo jogo lançado tornou o caminho entre os provedores e os jogadores mais longo e complexo. Os agregadores agora lidam com custos mais altos e entraves operacionais, ao mesmo tempo em que apoiam operadores e desenvolvedores de jogos no cumprimento das normas.
  • Experiência do consumidor: Para os jogadores, o novo ambiente regulamentado proporciona uma experiência mais segura, com mecanismos reforçados de proteção e jogo responsável. Por outro lado, as exigências regulatórias reduziram a variedade de jogos disponíveis. Ainda que essa transição represente uma mudança para quem já estava acostumado ao cenário anterior, ela também atrai um novo público, que valoriza a segurança e a confiabilidade de um ambiente controlado.
  • Perspectivas para o futuro: Apesar dos desafios impostos pela regulamentação, os participantes do painel demonstraram otimismo quanto aos benefícios de longo prazo, como estímulo à inovação, mais segurança para os jogadores e maior estabilidade de mercado. O futuro do iGaming regulamentado no Brasil é promissor, com boas chances de crescimento e evolução nos próximos anos.

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