O papel fundamental das associações na construção do mercado de iGaming no Brasil

Escrito por Matthew Busuttil
Traduzido por : Thawanny de Carvalho Rodrigues

A indústria de iGaming no Brasil vem evoluindo rapidamente, com avanços significativos rumo a um mercado mais regulado e sustentável. Na linha de frente desse desenvolvimento estão as associações, que desempenham um papel essencial na construção do arcabouço legal, no apoio aos operadores e no diálogo com as autoridades para criação de um ecossistema transparente e confiável. Esse foi o foco central do painel “O Papel Fundamental das Associações na Construção do Mercado de iGaming no Brasil”, realizado no palco Jardins durante o BiS SiGMA Américas 2025, em 9 de abril.

Especialistas de peso no setor

A sessão reuniu especialistas renomados que compartilharam percepções valiosas sobre a influência das associações no cenário de iGaming brasileiro. Entre os painelistas estavam Ana Bárbara Costa Teixeira, Diretora de Relações Governamentais da ABRAJOGO; Lucas Bernini, fundador da Bernini Legal; Natalia Nogues, fundadora e diretora da AMIG (Associação Brasileira de Jogos Eletrônicos); e Bernardo Cavalcanti Freire, advogado da ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias). Cada um trouxe uma perspectiva única, refletindo seu amplo conhecimento sobre a legislação brasileira e o funcionamento do setor de iGaming como um todo.

Construindo o cenário regulatório do Brasil

Um dos temas centrais do painel foi o papel das associações na navegação e construção do ambiente regulatório no Brasil. As associações são peças-chave para garantir que os operadores de iGaming cumpram as exigências legais que regem o setor. À medida que o país avança em direção a uma regulamentação mais clara, cresce a necessidade de colaboração estruturada entre operadores, reguladores e entidades representativas. Ana Bárbara Costa Teixeira destacou como as associações atuam como ponte entre os agentes do mercado e os órgãos reguladores, assegurando que as demandas e preocupações dos operadores sejam comunicadas de forma eficiente. Essa cooperação contribui para um ambiente de confiança e transparência, ajudando a moldar legislações que sejam práticas e sustentáveis a longo prazo.

Educação como ferramenta essencial para o crescimento do setor

Outro ponto abordado foi a importância da educação no desenvolvimento do iGaming. Segundo Lucas Bernini, é fundamental educar todos os envolvidos — sejam reguladores, operadores ou jogadores — sobre a importância do cumprimento das normas, do jogo ético e de práticas responsáveis. As associações, por meio de campanhas e iniciativas educativas, garantem uma compreensão clara das regras e ajudam os players do setor a se manterem atualizados quanto às exigências legais e melhores práticas. A educação vai além do simples cumprimento da lei: como ressaltou Bernardo Cavalcanti Freire, ao promover o jogo responsável, as associações também protegem indivíduos em situação de vulnerabilidade e fortalecem a imagem do setor. Isso, por sua vez, estimula a aceitação e a confiança do público no mercado.

Colaboração internacional em destaque

A colaboração internacional também ganhou espaço no debate. O mercado de iGaming brasileiro não opera isoladamente — ele se inspira em boas práticas e modelos legais adotados globalmente. Entidades como a AMIG e a ANJL têm atuado ativamente na criação de pontes entre os profissionais brasileiros e seus pares em outros países. Natalia Nogues enfatizou que essas trocas são fundamentais para manter o Brasil alinhado aos padrões internacionais. O compartilhamento de experiências e conhecimentos entre países pode posicionar o Brasil como referência no setor de iGaming na América Latina. Esse intercâmbio internacional também é crucial para impulsionar a inovação e garantir a competitividade do mercado brasileiro no cenário global.

Fortalecendo a credibilidade e estabilidade do setor

Com a maturação do mercado de iGaming no Brasil, o fortalecimento da credibilidade se torna ainda mais importante — e as associações são protagonistas nesse processo. Os painelistas foram unânimes ao afirmar que a reputação do setor está diretamente ligada ao trabalho dessas entidades na promoção da conformidade legal, da transparência e de práticas empresariais éticas. Ao atuarem como intermediárias confiáveis, as associações ajudam a criar um ambiente mais estável para operadores, reguladores e consumidores. Ana Bárbara Costa Teixeira destacou que, quanto maior a confiança do público no setor, maior é sua disposição em participar dele. As associações contribuem para reduzir distâncias entre os diferentes agentes do mercado, promovendo uma atuação pautada pela integridade e pela equidade.

Perspectiva otimista para o futuro do iGaming no Brasil

O painel encerrou com uma visão positiva sobre o futuro do setor no Brasil. Apesar dos desafios que ainda existem — principalmente nas áreas de regulamentação e fiscalização —, o trabalho conjunto das associações oferece uma base sólida para o crescimento sustentável. Com foco contínuo em educação, transparência e cooperação internacional, o mercado brasileiro de iGaming tem tudo para se consolidar de forma sólida e responsável.

Em resumo, o papel das associações na construção do iGaming no Brasil é fundamental. Elas são indispensáveis não só para o fortalecimento do marco regulatório, mas também para o crescimento, a credibilidade e a sustentabilidade de longo prazo do setor. À medida que o país caminha rumo a um mercado mais regulado, o esforço coletivo dessas entidades será determinante para o sucesso contínuo da indústria.

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