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Timor-Leste concedeu sua primeira licença nacional para jogos offshore, marcando oficialmente a entrada do país no setor global de iGaming. Segundo o portal de notícias local Tatoli, a concessão foi outorgada à empresa Golden River Universe Lda (GRU), por meio de um contrato assinado pelo Vice-Primeiro-Ministro e Ministro Coordenador dos Assuntos Econômicos, Francisco Kalbuadi Lay.
De acordo com a reportagem, a concessão representa o resultado de meses de cooperação entre o governo de Timor-Leste e a Inspeção Geral de Jogos (IGJ), com o objetivo de criar um marco regulatório alinhado com os padrões internacionais. O contrato estabelece que a GRU será supervisionada pela IGJ, com ênfase no cumprimento de normas, transparência digital e operação responsável.
A expectativa é que a GRU administre um hub centralizado de jogos offshore em parceria com o governo do Estado de Oecusse. Batizado de TOGOS Hub, o centro pretende atrair novos investimentos em infraestrutura, gerar empregos qualificados e fomentar a entrada de capital estrangeiro no país do Sudeste Asiático. A iniciativa faz parte da estratégia mais ampla do governo de diversificar a economia e desenvolver o setor digital.
A empresa-mãe da GRU, a Grand Dragon Lotaria (GDLotto), também está transferindo para Timor-Leste serviços de suporte como atendimento ao cliente e pesquisa e desenvolvimento, anteriormente sediados no Camboja e nas Filipinas. A GDLotto, que possui licenças em várias jurisdições, incluindo Camboja e Nigéria, tem como meta demonstrar que Timor-Leste é capaz de abrigar e sustentar operações de jogos transfronteiriços.
Essa novidade vem na esteira de dois acordos firmados em fevereiro entre a Asia-Pacific Strategic Investments (APSI), sediada em Singapura, e o governo de Timor-Leste. Os acordos preveem o desenvolvimento de um hotel cinco estrelas com cassino integrado e a criação de um banco, com o objetivo de impulsionar o turismo e fortalecer a infraestrutura financeira do país.
Conforme os termos assinados, a APSI receberá uma licença exclusiva para desenvolver e operar o complexo hoteleiro com cassino. A empresa deverá apresentar, em até três meses, um plano de negócios com os detalhes do projeto, incluindo especificações do hotel, operações de jogo e iniciativas turísticas relacionadas, como observação da vida marinha e atividades náuticas.
A joint venture estabelece que a APSI deterá 60% da participação, enquanto o Banco Nacional de Comércio de Timor-Leste ficará com os 40% restantes. Para financiar o projeto, a APSI pretende captar US$ 100 milhões por meio de títulos conversíveis, sendo US$ 60 milhões destinados especificamente ao cassino.
No ano passado, o governo das Filipinas emitiu um alerta sobre os riscos associados à possível migração de Operadoras de Jogos Offshore Filipinas (POGOs) para Timor-Leste. Durante uma visita ao país, o Secretário de Justiça das Filipinas, Jesus Crispin Remulla, transmitiu as preocupações do presidente Ferdinand Marcos Jr. sobre os impactos socioeconômicos e de segurança gerados por essas operações. O alerta foi feito após a proibição dos POGOs nas Filipinas, motivada pelo aumento da criminalidade, violações regulatórias e ameaças à ordem pública.