Principais destaques sobre integridade no esporte

Escrito por Rami Gabriel
Traduzido por : Thawanny de Carvalho Rodrigues

Durante o BiS SiGMA Américas 2025, um painel essencial sobre “Integridade no Esporte: Tecnologia e Inovação como Aliadas no Combate à Manipulação de Resultados” foi realizado no segundo dia do evento, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. A sessão reuniu um time de especialistas para discutir o papel fundamental da tecnologia — especialmente da inteligência artificial, big data e blockchain — na identificação e prevenção de fraudes, além de reforçar a integridade das competições esportivas. Com o mercado global de apostas em expansão, o painel debateu como essas ferramentas ajudam a monitorar padrões suspeitos, preservar a credibilidade dos eventos e moldar o futuro da integridade esportiva.

Sob a mediação de Filipe Rodrigues, CEO da Jogo Positivo, o debate contou com nomes de destaque do setor: Ruy Peixoto, CTO da Esportes Gaming Brasil; Ian Cook, Managing Director da StoneTurn; Dan Kraft, presidente da CD Prêmios e Apostas; e Felippe Marchetti, Gerente de Parcerias para Integridade – América Latina da Sportradar. Juntos, eles ofereceram uma visão abrangente sobre a intersecção entre tecnologia, regulamentação e o combate à corrupção no esporte.

Principais pontos abordados

  • Ruy Peixoto destacou que a inteligência artificial e o big data — especialmente por meio de parcerias com empresas como a Sportradar — possibilitam o rastreamento de padrões de apostas e a identificação de eventos de alto risco. Essa tecnologia é essencial para detectar anomalias e agir de forma preventiva antes que ocorra qualquer manipulação.
  • Felippe Marchetti reforçou a importância de conscientizar atletas e o público em geral sobre os riscos envolvidos na manipulação de resultados. Ele defendeu a implementação de programas de treinamento voltados aos jogadores, com foco em como reconhecer e relatar comportamentos suspeitos.
  • Felippe também argumentou contra a proibição de mercados como o de cartões individuais para jogadores, afirmando que medidas assim apenas empurrariam os apostadores para plataformas ilegais. Em vez disso, ele defendeu uma regulamentação mais inteligente, em que as operadoras sejam obrigadas a reportar atividades suspeitas de forma estruturada e comparável.
  • Dan Kraft trouxe uma perspectiva sobre o uso da arbitragem como meio para resolver disputas no setor de apostas, especialmente em casos não criminais, como conflitos contratuais envolvendo patrocínios e integridade de mercado — uma abordagem que contribui para manter a credibilidade e o equilíbrio do setor.
  • O painel também ressaltou a urgência de se criar uma Política Nacional de Combate à Manipulação de Resultados no Brasil. A participação conjunta dos setores público e privado é fundamental para enfrentar um problema de alcance global, que muitas vezes está ligado a redes de crime organizado e lavagem de dinheiro.

A discussão apontou que o Brasil vem avançando significativamente nesse campo, evidenciado por uma redução de 48% nos casos registrados no último ano. No entanto, a manutenção desse progresso depende de colaboração contínua e inovação constante. Com os avanços nas regulamentações brasileiras, os insights apresentados reforçam a necessidade de seguir atento na luta pela integridade esportiva.

Para se manter atualizado sobre as últimas discussões sobre regulação e integridade no esporte, acompanhe os debates promovidos nas conferências globais do Grupo SiGMA. E já marque na agenda: o próximo encontro será em Manila, de 1º a 4 de junho, com novas perspectivas sobre o cenário em transformação do iGaming e das apostas esportivas.