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Relatórios das Nações Unidas (ONU) trazem um panorama preocupante sobre a expansão de redes de jogos de azar entre populações e economias vulneráveis ao redor do mundo. Essas redes operam com pouca ou nenhuma transparência e quase sempre fora do alcance de regulamentações eficazes, expandindo suas atividades por diversos continentes, inclusive na África. Esse avanço, muitas vezes favorecido pela falta de fiscalização em determinadas jurisdições e pelo acesso cada vez mais fácil à tecnologia, representa um desafio crescente para os governos no que diz respeito à gestão e regulamentação desse setor.
Esses grupos utilizam contas no exterior, criptomoedas e outras tecnologias para evitar a detecção e permanecer fora do radar. Como consequência, os riscos de lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros se tornam consideravelmente altos. De acordo com o relatório da ONU, pode haver uma ligação direta entre a atuação desses grupos e o aumento de casos de vício em jogos entre populações vulneráveis.
“Essas organizações representam uma ameaça significativa ao bem-estar da sociedade, não apenas pelos danos financeiros, mas também pelas atividades ilícitas que promovem.” – Trecho do Relatório da ONU.
Ainda assim, esse problema crescente é impulsionado também pelo crescimento acelerado do setor de jogos online. O acesso facilitado a plataformas digitais abriu portas para públicos que antes não conseguiam participar — e tornou a regulamentação uma tarefa extremamente complexa. Ambientes não regulamentados permitem que essas redes explorem brechas legais e operem com risco mínimo. O que se faz necessário, segundo o relatório, é um esforço global para estabelecer padrões e protocolos contra essas organizações, por meio da cooperação entre autoridades internacionais e do compromisso com a transparência financeira.
Apesar da atuação silenciosa dessas redes criminosas no setor global de apostas, há países africanos que estão criando mecanismos para fortalecer o jogo responsável. Reconhecendo os riscos associados a esses grupos, essas nações estão trabalhando na criação de regulamentações e sistemas de licenciamento, especialmente onde o número de jogadores online tem crescido significativamente. Essa abordagem proativa mostra o comprometimento desses países em proteger sua população e, ao mesmo tempo, aproveitar as oportunidades econômicas do setor.
As iniciativas são abrangentes. Não se limitam a impedir a atuação de redes criminosas, mas também buscam reduzir os riscos de jogos desregulados para os cidadãos. Os governos estão implementando processos de licenciamento mais rígidos e passando a investigar de forma mais criteriosa os antecedentes de operadores que solicitam autorizações. Muitos países estão criando órgãos reguladores independentes, com poder para fiscalizar o cumprimento das normas. Essas agências têm como missão aplicar diretrizes de jogo responsável e garantir padrões éticos no setor.
Além disso, muitas jurisdições africanas estão adotando medidas ativas para lidar com o vício em jogos — como serviços de apoio para indivíduos afetados e campanhas públicas de conscientização. Por exemplo, alguns governos exigem que avisos claros sobre os perigos do jogo excessivo estejam presentes em anúncios, sites e transmissões televisivas. Isso foi destacado recentemente em um relatório da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), que também apontou o aumento da destinação de verbas públicas e programas de reabilitação.
“Na verdade, grande parte da solução está em desenvolver modelos regulatórios capazes de enfrentar tanto a criminalidade quanto as questões ligadas ao jogo responsável.” – Declaração de um representante da IGAD.
É urgente conter o impacto das redes ilegais de apostas em escala global. Embora o combate direto a esses criminosos seja essencial, é igualmente importante promover uma abordagem paralela de incentivo ao jogo responsável. Alguns países africanos já estão demonstrando disposição para avançar nos dois sentidos.
Relatórios da ONU evidenciam o alcance global e o risco representado por essas redes. Por outro lado, países africanos estão reagindo de forma eficaz, tomando medidas para reduzir os riscos. O continente está construindo um ambiente que favorece o jogo responsável, promove a cooperação entre reguladores e oferece redes de apoio para os afetados.
O futuro da indústria de jogos na África depende diretamente da continuidade desse compromisso. Não se trata apenas de regulamentar o setor — trata-se de proteger o bem-estar da própria população.