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Em conversa com o Dr. Franklin Cachia, advogado especializado em jogos, o Dr. Malcolm Falzon, sócio do escritório Camilleri Preziosi, destacou as principais considerações estratégicas que empresas do setor de jogos devem levar em conta antes de realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO).
Durante este episódio do podcast Decoding Gaming Law, foram discutidos os benefícios de listar uma empresa por meio de um IPO, incluindo acesso a capital para expansão, pesquisa e atração de talentos, além do prestígio que essa decisão pode agregar à marca.
Um dos principais motivos que levam uma operadora de jogos a considerar abrir capital é a captação de recursos. “O ponto-chave é o acesso a fundos”, explicou o Dr. Falzon. “Com esses recursos, a operadora consegue diversificar sua estratégia, investir em crescimento, pesquisa e desenvolvimento, além de atrair talentos que talvez antes não conseguisse alcançar.”
Listar a empresa, seja por meio de ações ou dívida, também é um sinal de reconhecimento no setor. “Você agrega valor à marca… traz um nível de prestígio”, acrescentou. Além disso, o IPO pode servir como uma estratégia de saída para os fundadores. “Existe ainda o benefício de proporcionar uma oportunidade de liquidez para os acionistas atuais… que enxergam isso como uma chance de vender parte ou a totalidade de sua participação”, disse Falzon.
Por outro lado, um dos maiores obstáculos é a perda de controle. “Pode haver um temor legítimo… o medo de perder o controle”, observou Falzon, especialmente em empresas fundadas por sócios ou famílias muito próximas. Em casos de listagens de ações em Malta, por exemplo, “pelo menos 25% do capital social com direito a voto precisa estar nas mãos do público.”
Mesmo as emissões de dívida trazem exigências. “O conselho de administração não poderá mais ser formado apenas pelos fundadores… será necessário incluir conselheiros independentes não executivos”, explicou. Outro fator é a exposição regulatória. “Você fica exposto… precisa fazer divulgações públicas”, destacou. As empresas passam a ter a obrigação de emitir comunicados oficiais ao mercado e manter os investidores informados, mesmo sobre decisões estratégicas ou informações sensíveis.
Ao falar sobre o processo de abrir capital, Falzon enfatizou: “O primeiro passo é uma mudança cultural. Ter a maturidade de dizer: ‘Estou preparado para trazer desconhecidos para a mesa de decisões.’”
A preparação é intensa. “É preciso ter um histórico financeiro de três anos”, além de relatórios contábeis em conformidade com as normas IFRS, uma governança corporativa sólida e o apoio de consultores experientes. Os prazos variam de quatro meses a mais de um ano, dependendo do nível de preparo da empresa e das condições do mercado.
Embora Malta ofereça uma bolsa de valores local, muitas empresas de jogos optam por mercados internacionais maiores, como a NASDAQ. “Uma operadora escolheu a NASDAQ de Nova York porque sua base de investidores preferia empresas sediadas fora de Malta”, contou Falzon. Ele também destacou que a NASDAQ First North é bastante atraente para investidores escandinavos, que já têm familiaridade com o setor de jogos.
O Dr. Falzon finalizou com um conselho importante: “Busque a orientação certa e realmente avalie se esse é o caminho certo para você.” Abrir capital pode abrir muitas portas, mas só vale para aqueles prontos para atravessá-las com a mente aberta.
Participe da conferência SiGMA Euro-Med, que acontece em Malta de 1º a 3 de setembro, e acompanhe as discussões sobre o futuro das finanças no setor de jogos e as estratégias de acesso ao mercado de capitais. Não perca a chance de aprender, fazer networking e preparar sua empresa para dar esse grande passo.