Vozes do SiGMA Poker Tour: Bianca Lira embaralha as cartas

Escrito por Lea Hogg
Traduzido por : Thawanny de Carvalho Rodrigues

Ao conhecer Bianca Lira, o que mais impressiona é seu equilíbrio: segura de si, articulada e carismática, sem esforço. Ela é simpática, acessível e tem uma mente analítica afiada — o tipo de raciocínio que vem de quem estudou a fundo a psicologia das pessoas e das probabilidades. A sensação é de que, se não tivesse sido forçada a retornar ao Brasil por conta de restrições de visto nos EUA, hoje seu nome estaria ao lado das estrelas em ascensão do circuito americano de pôquer.

Nesta semana, Lira leva uma combinação rara de precisão tática e determinação silenciosa ao SiGMA Poker Tour, no Monte Carlo Club, em São Paulo.

Ela observa que o pôquer, especialmente na América Latina, ainda é um território predominantemente masculino. Mas, segundo Bianca, talento não tem gênero. Seu retorno às mesas paulistanas vem com o apoio de um pacote VIP da EvenBet e suporte estratégico da empresa.

A parceria reflete o compromisso mais amplo da EvenBet Gaming com a diversificação do perfil demográfico do pôquer e a promoção da equidade no cenário profissional. A empresa, que sustenta ecossistemas de pôquer online ao redor do mundo, tem investido pesado em formatos híbridos — unindo classificatórias online a grandes eventos ao vivo como o da SiGMA. Apoiar as etapas do tour no Brasil e em Malta mostra uma intenção clara: globalizar o jogo e ampliar seu alcance.

Mentoria desde o começo

Bianca não romantiza sua trajetória. “Tudo começou em 2013, quando eu fazia faculdade de rádio e TV aqui no Brasil”, lembra. “Comecei a jogar por um time online, o maior da época, e aprendi a estratégia de sit-and-go com um dos melhores jogadores do país, o Johnny Bower.” Foi essa mentoria inicial que acendeu o pavio. “A partir dali, não consegui mais parar.”

Sua jornada passou por jogos de cash ao vivo em São Paulo e, depois, atravessou fronteiras rumo aos Estados Unidos, onde rodou por mesas na Flórida, em Vegas e em Los Angeles. “Tive a oportunidade de ir para os EUA”, conta. “Mas como não sou cidadã americana, eventualmente tive que voltar.” O pôquer americano pode até ter perdido uma estrela, mas o Brasil ganhou uma competidora de peso.

Bianca tem uma visão clara e desmistificada sobre o que define um jogador profissional: “Ser profissional é buscar sempre a melhor jogada, independentemente do resultado. Não dá pra ser orientado só pelo que entra ou sai.”

Mesmo em um espaço predominantemente masculino — “somos 5%, mesmo aqui no cassino”, observa —, ela nunca deixou que isso limitasse sua experiência. “Nunca passei por nenhuma situação ruim nas mesas”, diz. “Talvez pelo meu comportamento. Não sei. Pode ser.”

“Foi o pôquer que me encontrou, quando eu menos esperava”, diz Bianca, com uma firmeza tranquila na voz. “Eu estava na faculdade, estudando rádio e TV. Aí entrei para esse time online — o maior do Brasil na época. E pronto. Me apaixonei.”

Isso foi em 2013. E desde então, ela não parou. Dos sit-and-gos paulistanos aos cash games nos EUA, Bianca conquistou seu espaço com uma combinação de confiança e resistência. “Aprendi com um dos melhores — Johnny Bower. Estratégia, disciplina, leitura de pessoas. Ele foi meu primeiro mentor. Sou muito grata.”

Mas o pôquer ao vivo ainda está longe de ser inclusivo. “Somos 5%, talvez menos”, repete, olhando ao redor do salão do torneio. “Sempre foi assim. Dei sorte de nunca ter sofrido assédio, mas conheço meninas que vieram, ouviram alguma grosseria na mesa e nunca mais voltaram.”

De São Paulo a Las Vegas

Então por que continuar? “Porque eu posso. Porque eu sou boa. Porque eu amo isso.”

A transição da edição de vídeos em uma redação de São Paulo para os blefes no river em Vegas não foi simples. “Meus pais ficaram horrorizados. São advogados, os dois. Achavam que eu estava jogando fora a minha formação. Mas agora que o jogo está sendo regulamentado, estão começando a aceitar. Acho que aparecem se eu chegar na mesa final.” Ela sorri, e depois emenda: “Quando eu chegar na mesa final.”

Bianca fala abertamente sobre a realidade do pôquer profissional. “Não é glamouroso. São muitas horas, variação pesada, pressão financeira. Eu digo para quem está começando: tenha pelo menos um ano de despesas garantidas. Não deixe o dinheiro afetar suas decisões.”

E planos alternativos? Ela descarta. “Não acredito em plano B. Ou você se compromete, ou não. É o único jeito de vencer.”

Estudo é constante. Prática, essencial. “Volto para analisar as mãos que joguei, passo por solvers. Converso com jogadores melhores que eu. É preciso humildade nesse jogo. Aceitar que erra — e muito — e aprender com isso.”

Suas ambições vão além do cenário brasileiro, que está em plena expansão. “Quero viajar mais, jogar mais fora. Por isso as parcerias são importantes. Comecei a trabalhar com a EvenBet agora, e eles têm sido incríveis. Apoio financeiro, suporte moral — tudo.”

E o Brasil? “Tá explodindo. Segundo maior circuito depois de Vegas. O pessoal aqui é obcecado — pôquer virou o novo futebol.”

Ela também é surpreendentemente franca sobre a dinâmica interna entre as mulheres no circuito. “Mulheres são ferozes. Muito ferozes. Às vezes até demais. Acho que os homens se apoiam mais abertamente. A gente podia aprender com isso.”

Sobre o futuro dos cassinos no país, ela é direta. “É questão de tempo. O online já é regulado, o físico vem aí. Vai gerar emprego, arrecadação — tomara que seja bem usada.”

Ela se despede com um aceno, um sorriso e uma promessa de retorno. “Ontem fui a bolha. Hoje tô de volta. Isso é pôquer. A gente segue jogando.”

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E não perca a próxima parada — o SiGMA Poker Tour segue para Malta em setembro com mais emoção e apostas altas. Te esperamos nas mesas!