Chefão do jogo Wang Shuiming é preso em Montenegro

Escrito por Jenny Ortiz

Wang Shuiming, uma figura central no maior caso de lavagem de dinheiro de Singapura, foi preso em Montenegro após chegar em um jato particular vindo das Maldivas. De acordo com relatos, a polícia de fronteira montenegrina o deteve no Aeroporto de Tivat, identificando-o por meio de bancos de dados da Interpol, já que havia um mandado de prisão internacional em seu nome.

Originário da China e também conhecido como Vang Shuiming, Wang foi deportado de Singapura para o Japão em junho de 2024, após cumprir uma pena de 13 meses e seis semanas de prisão. Relatórios indicam que, no momento de sua prisão, ele portava um passaporte de Vanuatu, um dos vários que obteve por meio de contribuições financeiras a diferentes países.

Envolvimento com apostas ilegais

As autoridades montenegrinas suspeitam que Wang operava plataformas de apostas online ilegais voltadas para usuários chineses. Agora, ele enfrentará novos processos judiciais na capital de Montenegro, Podgorica. No entanto, ainda não foi confirmado em qual jurisdição as acusações foram originalmente apresentadas.

Wang já havia alegado que sua fortuna vinha de um negócio de empréstimos na China, mas depois afirmou que seus recursos eram provenientes de ganhos em jogos de azar e investimentos imobiliários nas Filipinas. Seu histórico de transações financeiras fraudulentas, especialmente no setor de apostas online, chamou a atenção de autoridades internacionais.

Condenação em Singapura e confisco de bens

Wang foi preso em Singapura em agosto de 2023, durante uma operação de grande escala que resultou na apreensão de mais de US$ 3 bilhões em ativos pertencentes a um grupo de 10 pessoas, todas de origem chinesa. Em maio de 2024, ele se declarou culpado de duas acusações de lavagem de dinheiro e uma de uso de documento falsificado em um banco.

As investigações revelaram que ele manipulou registros financeiros para esconder a origem de aproximadamente US$ 2,4 milhões mantidos em quatro contas bancárias. Como parte de um acordo judicial, Wang concordou em abrir mão de cerca de US$ 180 milhões dos US$ 199 milhões em dinheiro, propriedades e bens de luxo apreendidos dele e de sua esposa. Entre os bens confiscados estavam 15 imóveis avaliados em US$ 29,6 milhões, três veículos de alto padrão no valor de US$ 3,38 milhões e relógios de luxo estimados em US$ 17,4 milhões.

Repressão global à lavagem de dinheiro

O caso de Wang fez parte da maior ação já realizada por Singapura contra crimes financeiros. Os outros nove detidos na mesma operação foram condenados a penas de 13 a 17 meses de prisão antes de serem deportados e impedidos de retornar ao país. Paralelamente, 17 pessoas fugiram de Singapura durante as investigações, sendo que 15 delas aceitaram entregar bens avaliados em aproximadamente US$ 1,85 bilhão. Dois fugitivos, Xu Haika e Xu Hainan, continuam foragidos, com ativos no valor de US$ 144,9 milhões ainda sob restrições judiciais.

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