Assista: CEO da AffPapa fala sobre estratégia de afiliados e regulação no Brasil

Matthew Busuttil
Escrito por Matthew Busuttil
Traduzido por Thawanny de Carvalho Rodrigues

À medida que o setor de iGaming ganha força na América Latina, o Brasil se destaca como um dos principais mercados, atraindo operadores globais, afiliados e investidores. Em meio a mudanças regulatórias e uma concorrência crescente, o marketing de afiliados tem assumido um papel essencial. Durante o BiS SiGMA Américas 2025, Levon Nikoghosyan, CEO da AffPapa, compartilhou insights valiosos sobre como afiliados e operadores podem colaborar melhor, acompanhar os avanços regulatórios e adotar estratégias localizadas para obter sucesso.

A posição estratégica da AffPapa em um cenário em transformação

“A AffPapa não é uma plataforma ou sistema de afiliados no formato tradicional”, explicou Nikoghosyan logo de início. “Somos um diretório que ajuda afiliados e operadores a se encontrarem.” Ele destacou que, em uma região em constante mudança no campo regulatório e comercial, a AffPapa oferece uma plataforma que promove conexões durante o ano inteiro.

“Com sistemas como o nosso, estamos tornando essa conexão mais simples, mais eficiente e disponível 365 dias por ano.”

Essa conectividade é especialmente valiosa em mercados como o Brasil, que vêm despertando o interesse de empresas do mundo inteiro, muitas vezes de marcas que não são locais. Segundo Nikoghosyan, “estamos vendo não só o envolvimento de marcas que já atuam nesse setor… mas também de outras que estão entrando nesse mercado por causa desse momento de crescimento e expansão.”

CEO da AffPapa fala sobre estratégia de afiliados e regulação no Brasil

Afiliados em um cenário regulado: desafios e oportunidades

Com os mercados de iGaming e apostas esportivas do Brasil avançando para um modelo regulado, o papel dos afiliados tende a se tornar ainda mais relevante. “O papel do afiliado vai continuar sendo essencial, e deve ficar cada vez mais forte”, afirmou Nikoghosyan, descrevendo os afiliados como “um canal enorme de geração de tráfego e captação de leads para as marcas que operam aqui”.
No entanto, as mudanças regulatórias também exigem adaptações. “Isso abre espaço para que players menores entrem no jogo”, explicou. Ao mesmo tempo, “cria obstáculos para quem vinha operando de determinada forma… e agora precisa se ajustar.”

Ao comentar sobre a legislação, ele foi direto: “O setor precisa de regulamentação agora.” Mas fez uma ressalva importante: é preciso que isso seja feito com equilíbrio e visão a longo prazo. “A regulação não pode servir apenas aos interesses de algumas marcas; ela deve beneficiar o consumidor final, o usuário, o jogador.”

“Regulação tem dois objetivos, certo? Proteger o jogador e gerar receita para fortalecer a economia do país… Se ela prejudica o negócio, então não está cumprindo seu propósito.”

Localização não é opcional

Ao tratar de estratégias, Nikoghosyan reforçou a importância de uma abordagem detalhada. “A América Latina é enorme. É como dizer que vai mirar na Europa ou na África — é preciso considerar cada país separadamente.”

A principal lição? “Pense globalmente, mas aja de forma local.” Ele recomendou que os afiliados estudem de perto o comportamento dos apostadores, os tipos de bônus que mais atraem e as nuances culturais de cada país. “Com esse entendimento, é possível identificar a abordagem ideal para gerar tráfego em cada mercado.”

E alertou: não adianta tentar abraçar tudo ao mesmo tempo. “Se você tenta aplicar uma solução única para tudo e sair correndo atrás de todos os coelhos, não vai pegar nenhum.”

Inovações que moldam o futuro dos afiliados

Ao ser questionado sobre o papel da tecnologia, Nikoghosyan destacou dois grandes fatores de transformação: inteligência artificial e blockchain. “A IA… já está moldando o setor neste exato momento”, afirmou, ressaltando como ela ajuda “empresas menores a crescerem mais rapidamente” e permite que as marcas desenvolvam soluções que, de outra forma, exigiriam muito mais investimento de tempo e dinheiro.

Ele também comentou sobre a mudança no equilíbrio de forças gerada pela adoção tecnológica: “Estamos vendo grandes players, gigantes que não se adaptaram… começarem a afundar.”

Já o blockchain está tornando os processos mais eficientes em diversas frentes: “Facilitando o fluxo de dinheiro, os cadastros… basicamente, em 80% do setor.”

Implicações para o setor

A mensagem de Nikoghosyan foi clara: o Brasil e a América Latina como um todo oferecem um terreno fértil, mas o sucesso depende de conformidade com as regras, sensibilidade cultural e capacidade de adaptação tecnológica.

“Se você quer atuar nesse mercado, precisa pensar de forma local”, afirmou. E sobre regulamentação, concluiu: “Desde que seja feita com cuidado e atenção aos detalhes, a regulação sempre será bem-vinda.”