A Diretoria de Execução (ED) na Índia encaminhou documentos importantíssimos ao Ministério das Relações Exteriores (MEA) para facilitar a extradição de dois principais responsáveis pela plataforma de apostas on-line Mahadev — Ravi Uppal e Sourabh Chandrakar — que residem em Dubai.
Ambos, residentes em Dubai, desempenham um papel central na promoção da polêmica plataforma de apostas. Esta ação ocorre pouco depois de a ED apresentar uma nova denúncia contra cinco associados dos líderes, adicionando mais uma camada à investigação em curso sobre suposta lavagem de dinheiro no caso de apostas on-line.
Cidadãos de Vanuatu
A ED iniciou o processo de emissão de um Aviso Vermelho (RCN, na sigla em inglês) contra Chandrakar, de 28 anos, e Uppal, de 43 anos, ambos naturais de Bhilai, no estado de Chhattisgarh, na Índia Central.
A Interpol, a pedido da ED, emitiu o RCN, levando à detenção de Uppal pelo departamento de imigração em Dubai. Posteriormente, Chandrakar, associado de Uppal, também foi acusado.
Ambos, que possuem cidadania em Vanuatu, um país insular no Oceano Pacífico, deverão ser alvos de procedimentos de extradição.
Equipe enviada para Dubai
Uma equipe dedicada foi enviada a Dubai para concluir a documentação legal necessária e iniciar o processo de extradição. Chandrakar e Uppal, supostamente, residem em Dubai há quase dois anos, gerenciando suas operações na cidade e retendo significativos 80% dos lucros gerados pelo aplicativo Mahadev. Suspeita-se que eles tenham acumulado cerca de INR 5.000 milhões com sua empresa de apostas. O valor exato aguarda confirmação após a extradição.
Simultaneamente, uma nova queixa de acusação de 1.800 páginas foi apresentada contra cinco pessoas em 1º de janeiro, incluindo o suposto mensageiro de dinheiro Aseem Das, o policial Bheem Singh Yadav e Shubham Soni, um executivo importante ligado ao aplicativo. A ED encaminhou essa nova denúncia ao MEA, solicitando cooperação com as autoridades de Dubai para o processo de extradição. Prevê-se que o tribunal especial da Lei de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PMLA) tome conhecimento da denúncia em 10 de janeiro.
O caso de apostas on-line Mahadev passou por várias reviravoltas, com as prisões anteriores de Das e Yadav em novembro. Soni, que afirmou ser o proprietário do aplicativo, divulgou uma declaração em vídeo alegando subornos pagos a políticos para a operação ininterrupta do aplicativo. A denúncia inicial da ED nomeava Chandrakar, Uppal e outros, com Das posteriormente alegando que foi incriminado como parte de uma conspiração. As alegações da ED na primeira denúncia detalhavam o extravagante casamento de Chandrakar nos Emirados Árabes Unidos, (na foto acima), envolvendo gastos substanciais em dinheiro e participações de celebridades.
Contexto do caso de apostas on-line Mahadev
O aplicativo Mahadev Satta, sob intenso escrutínio por suposta lavagem de dinheiro e jogos de azar ilícitos, é uma plataforma on-line que permite aos usuários apostar em uma variedade de jogos. Operando como o aplicativo de jogos Mahadev Gaming, este facilita jogos de azar ao vivo em diversas áreas, desde pôquer e jogos de cartas até badminton, tênis, futebol e críquete. A complexa operação supostamente gera um faturamento diário de INR 200 milhões, orquestrado por meio de grupos fechados em plataformas de mensagens instantâneas.
Operadores Hawala
Propriedade de Sourabh Chandrakar e Ravi Uppal, os mentores do aplicativo, esta empresa de apostas está ativa há quatro anos, acumulando cerca de INR 5.000 milhões. O aplicativo está vinculado a um sindicato que apoia sites de apostas ilegais, com suspeitas de laços com o Paquistão e conexões com operações hawala locais.
À medida que a investigação se desenrola, o caso de apostas on-line Mahadev expôs uma teia de atividades ilícitas com conexões globais.
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