Aumenta o clamor por ações contra POGOs nas Filipinas

Jenny Ortiz July 19, 2024
Aumenta o clamor por ações contra POGOs nas Filipinas

O clamor contra os Operadores de Jogos Offshore das Filipinas (POGOs) está se intensificando à medida que associações empresariais, think tanks econômicos e grupos políticos se unem para defender a proibição dessas operações geridas por chineses. Os críticos argumentam que os detrimentos sociais superam em muito os benefícios econômicos.

Em uma declaração conjunta recente, várias organizações influentes, incluindo o Makati Business Club, o Financial Executives Institute of the Philippines e a Management Association of the Philippines, expressaram total apoio às recomendações do Departamento de Finanças (DOF) e da Autoridade Nacional de Economia e Desenvolvimento (NEDA) para banir os POGOs.

Contribuição econômica mínima

A declaração, endossada pela Foundation for Economic Freedom, Justice Reform Initiative e a Associação de Ex-Alunos da Escola de Economia da Universidade das Filipinas, enfatizou que os POGOs contribuíram com apenas 0,2% para o PIB do país em 2023. Eles destacaram os graves custos sociais associados aos POGOs, como tráfico humano, sequestro e lavagem de dinheiro, que foram detalhados em recentes audiências no Senado e declarações da NEDA.

De acordo com a Polícia Nacional das Filipinas, 55% dos casos de sequestro em 2022 estavam relacionados aos POGOs. Os críticos alertam que esses crimes podem prejudicar o crescimento econômico, danificar a percepção dos investidores e afetar as relações internacionais.

Advocacia política e social

Figuras e organizações proeminentes filipinas, lideradas pelos ex-ministros da Suprema Corte Antonio Carpio e Conchita Carpio Morales, apelaram ao Presidente Ferdinand Marcos Jr. para cancelar imediatamente as licenças dos POGOs. Sua carta aberta cita a posição da Embaixada Chinesa de que todas as formas de jogo, incluindo o jogo on-line por cidadãos chineses, são ilegais segundo a lei chinesa.

A carta também criticou a Corporação Filipina de Entretenimento e Jogos (PAGCOR) por conceder licenças aos POGOs, que visam predominantemente cidadãos chineses. Destacou que os POGOs operam com sindicatos criminosos, envolvendo atividades como detenção ilegal, tortura, tráfico sexual e evasão fiscal.

Posição da PAGCOR

O Presidente e CEO da PAGCOR, Alejandro Tengco, expressou oposição à proibição de todas as formas de jogo on-line. Ele defende uma regulamentação rigorosa para aumentar a arrecadação de impostos e conter as atividades de jogo ilegais. Tengco argumenta que trazer os operadores ilegais para a conformidade poderia aumentar significativamente as receitas do governo, potencialmente adicionando PHP 200 bilhões a PHP 250 bilhões.

No entanto, de acordo com um relatório da mídia local, uma proibição completa dos POGOs poderia levar a perdas substanciais de empregos. Em fevereiro de 2020, foi relatado que 82,3% dos trabalhadores dos POGOs eram estrangeiros, enquanto apenas 17,7% eram filipinos. A Associação de Provedores de Serviços de Pogos (ASPAP) afirmou que a indústria empregava diretamente cerca de 11.776 filipinos e apoiava indiretamente muitos outros empregos em setores relacionados.

Apelos por uma decisão presidencial

À medida que os apelos por ação aumentam, o Presidente Marcos enfrenta uma pressão crescente para tomar uma decisão definitiva. Grupos empresariais, especialistas econômicos e defensores sociais estão instando o governo a priorizar o bem-estar a longo prazo do país sobre os ganhos financeiros de curto prazo dos POGOs. A decisão sobre se deve ou não banir os POGOs terá implicações significativas para a economia, o tecido social e a posição internacional das Filipinas.

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