O futuro da IA, ética e jogos

Shirley Pulis Xerxen há 3 semanas
O futuro da IA, ética e jogos

A relação entre inteligência artificial, ética e a indústria de jogos foi o tema de um recente podcast da SiGMA, onde o apresentador Trevor De Giorgio conversou com Gege Gatt, CEO da Ebo.ai. A conversa explorou a importância da IA ética nos jogos, destacando seu potencial transformador em aprimorar experiências de atendimento ao cliente e abordar questões complexas dentro da indústria.

Gatt enfatizou a importância da IA ética nos jogos, destacando seu papel em proteger os mais vulneráveis ao garantir que as decisões sejam explicáveis, justas e imparciais. “Nós usamos IA de forma ética porque ela é responsável”, afirmou Gatt, enfatizando a responsabilidade compartilhada entre desenvolvedores e empresas de jogos.

Ao ser questionado sobre as aplicações práticas da IA nas operações diárias de jogos, Gatt destacou dois elementos-chave: melhorar o serviço e identificar indivíduos com dependência. “Prestar um serviço para empresas de jogos significa lealdade, e lealdade significa retenção, e retenção significa lucros”, observou Gatt, destacando os benefícios imediatos da IA no atendimento ao cliente.

Gatt também discutiu a integração da IA e da neurociência para detectar e apoiar indivíduos em risco de vício em jogos de azar. “Podemos determinar quais indivíduos mais precisam de cuidados e atenção”, disse Gatt, “e precisamos retirá-los e fornecer o apoio psicológico de que precisam para viver na sociedade”.

A conversa também abordou a preferência do mercado italiano pela interação humana em vez do atendimento ao cliente automatizado. Gatt respondeu destacando o fator confiança na tecnologia, argumentando que as pessoas aceitarão o serviço de IA se for mais rápido, eficiente e menos tendencioso do que um agente humano.

Olhando para o futuro, Gatt prevê uma evolução significativa nas capacidades da IA até o final de 2024, com implicações para economias, ética e governos. “Não podemos julgar as capacidades da IA pelo que vemos hoje”, alertou Gatt, sugerindo que a tecnologia que temos agora já está mudando o mundo.

No contexto do jogo responsável, Gatt explicou que a IA pode analisar vastas quantidades de pesquisa para ajudar os seres humanos, semelhante à forma como pode ser aplicada a práticas de jogo mais seguras. “Ferramentas de IA são mais capazes de persuasão do que os seres humanos”, revelou Gatt, citando um artigo acadêmico recente que demonstrou a eficácia da IA em mudar o comportamento e as escolhas das pessoas, incluindo teóricos da conspiração.

Abordando o viés potencial na IA, Gatt reconheceu o papel da supervisão humana e a necessidade de conjuntos de dados diversos para evitar a perpetuação de preconceitos. “Não teremos outro Skynet”, assegurou Gatt, referindo-se ao Lei de IA da UE que visa regular sistemas de IA de alto risco e garantir supervisão humana.

Gatt concluiu enfatizando o futuro da IA e do trabalho na indústria de jogos, destacando a mudança da educação tradicional para um foco em curiosidade, pensamento crítico e reinvenção constante para permanecer relevante no mercado de trabalho. “A empregabilidade nos próximos 20 anos nesta indústria vai ser menos sobre o que você aprendeu na escola, menos sobre o seu diploma universitário, que ocorreu há 10 anos, e mais sobre sua capacidade de fazer perguntas e se reeducar constantemente todos os dias”, afirmou Gatt.

SiGMA Leste Europeu, Budapeste, setembro de 2024

Olhando para frente, a indústria de jogos direcionará seu foco para o Leste Europeu em setembro, com a Conferência SiGMA Leste Europeu 2024 em Budapeste. Este evento deve atrair profissionais da indústria de toda a região, oferecendo uma plataforma para networking, desenvolvimento de negócios e exploração das últimas tendências no setor de jogos.

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