Mapeando a mudança consciente na regulamentação dos cassinos no Camboja
O Camboja, particularmente a cidade costeira de Sihanoukville, tornou-se um centro tanto para o jogo tradicional quanto para o jogo on-line. A localização estratégica do país, o acesso melhorado à rede 4G e as condições econômicas favoráveis atraíram investimentos chineses significativos, levando a uma próspera indústria de jogos de azar.
No entanto, este setor em rápida expansão também levou a um aumento nas operações de golpes e tráfico humano, transformando o Camboja em um importante centro de crime organizado na região. O influxo de capital chinês desencadeou uma inquietação econômica, exacerbando disparidades de riqueza e levando a um aumento nos incidentes de apropriação de terras. A população local foi amplamente excluída dos lucros do setor, sofrendo em vez disso com o aumento do desemprego e do custo de vida.
Em uma jogada surpreendente que alterou significativamente o setor de jogos de azar da região, o primeiro-ministro cambojano Hun Manet (na foto acima), emitiu uma proibição ao estabelecimento de novos cassinos nas províncias costeiras de Kep e Kampot. Essa decisão foi motivada pela ambição de canalizar investimentos para outros setores, como hospitalidade, turismo, manufatura, indústria, agricultura, comércio e zonas econômicas especiais. Isso marca uma mudança na abordagem do Camboja para gerenciar sua indústria de jogos de azar, a fim de preservar o patrimônio cultural e religioso dessas regiões e garantir a segurança e proteção de destinos turísticos populares.
Atualmente, o Camboja possui 184 salas de jogos licenciadas, conforme relatado pela Comissão de Gestão de Jogos Comerciais do Camboja. Curiosamente, todos os cassinos cambojanos atendem exclusivamente a clientes estrangeiros. Desde 1996, o jogo é considerado ilegal para os locais. Em 2020, o Camboja promulgou o Artigo 19 de sua Lei sobre a Gestão de Jogos Comerciais, que proíbe instalações de jogos de azar em certos locais por razões culturais ou religiosas.
Equilibrando os ganhos econômicos e custos sociais do Camboja
Para mitigar a agitação social e o crime alimentados pelo setor, o Camboja fez parceria com a China para reformar seu ambiente de jogos de azar on-line. O Camboja proibiu formalmente os jogos de azar on-line em 2019 e aprovou um quadro abrangente que governa as atividades de jogo do país. Agora, sob o primeiro-ministro Hun Manet, o Camboja diz esperar transformar Sihanoukville em um centro de negócios para transporte, fabricação e finanças, apoiado ainda mais pelo projeto global de infraestrutura da China, a Iniciativa Cinturão e Rota.
Enquanto a legislação filipina e cambojana busca cada uma melhorar os problemas de seu setor de jogos de azar, permanecem dificuldades na elaboração de políticas para reprimir efetivamente o jogo on-line. Claro que existem outras opções para os operadores de jogos de azar, pois eles poderiam facilmente se mudar para países próximos com controles mais frouxos, como Mianmar, Palau ou Nepal.
Os efeitos adversos do jogo on-line em países como Filipinas e Camboja, que abrangem questões como tráfico humano, crime transnacional e cibersegurança – áreas nas quais os Estados Unidos têm um interesse direto em salvaguardar – devem ser um foco significativo para os formuladores de políticas. Os Estados Unidos também podem desempenhar um papel integral na colaboração com a ASEAN para envolver-se na capacitação com as divisões do bloco para cooperação cibernética e tráfico humano.
À medida que os países avaliam os benefícios econômicos em relação aos custos sociais do jogo on-line, fica claro que a indústria apresenta riscos severos. A cuidadosa reavaliação das regulamentações nacionais e regionais existentes pelo governo cambojano representa uma abordagem cautelosa para reverter qualquer dano que possa ter sido causado pela explosão do jogo on-line.
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