Desafios e oportunidades na regulamentação do iGaming

Lea Hogg há 1 semana
Desafios e oportunidades na regulamentação do iGaming

Em uma breve conversa com a SiGMA News nesta semana, Jake Cachia, profissional da indústria de iGaming, ofereceu suas opiniões sobre o futuro da conformidade e prevenção à lavagem de dinheiro (AML) no setor. Sua perspectiva, embora aparentemente um tanto sombria, retrata de forma realista os obstáculos que estão por vir.

Cachia (foto acima) tem observado uma tendência preocupante nas regulamentações globais de jogos de azar. Ele argumenta que os reguladores estabelecidos estão se tornando excessivamente rigorosos, muitas vezes exigindo dados comercialmente sensíveis dos operadores sem objetivos explícitos. Essa super-regulação, ele adverte, está resultando em burocracia desnecessária e tempos de aprovação prolongados.

Além disso, Cachia percebeu uma mudança na postura de alguns reguladores, que estão se tornando mais distantes em vez de cooperativos. Segundo ele, essa mudança é prejudicial a uma indústria que depende muito da velocidade.

No entanto, nem tudo é negativo. Cachia destaca que esses desafios estão abrindo caminho para que novas jurisdições estabeleçam seus próprios regimes offshore. Apesar da falta de infraestrutura para apoiar uma indústria tão complexa, essas jurisdições podem potencialmente surgir como alternativas às atuais reputadas.

Sobre o tema da AML, Cachia prevê que as entidades business-to-business (B2B), que atualmente estão fora do escopo das leis de AML, gradualmente serão obrigadas a fornecer algum tipo de relatório. Ele aponta a EveryMatrix como exemplo, que já possui obrigações de relatórios junto à Comissão de Supervisão de Jogos da Ilha de Man. Ele antecipa que essa tendência se tornará cada vez mais prevalente entre os reguladores europeus.

Complexidades da conformidade em iGaming

Quando questionado sobre seus conselhos para outras empresas na indústria de jogos, Cachia destaca a importância de investir em funções de conformidade robustas e de jogo responsável. Ele recomenda que as empresas incorporem essas funções nas principais decisões empresariais, pois isso pode ajudar a evitar erros caros e descobrir oportunidades negligenciadas.

Cachia também insta as empresas a manterem as linhas de comunicação abertas com todos os reguladores e a não hesitarem em expressar suas opiniões sobre as direções que um regulador está tomando. Ele acredita que a maioria dos reguladores valoriza essa honestidade.

Por fim, Cachia afirma que há a necessidade de testar continuamente as operações comerciais em busca de não conformidades e relatar prontamente e de forma transparente quaisquer não conformidades identificadas aos reguladores relevantes. Ele assegura que as consequências da autodenúncia muitas vezes superam aquelas de um regulador descobrindo não conformidades por outros meios.

O futuro da conformidade em jogos pode realmente parecer desafiador. No entanto, essas visões são um guia útil para navegar por essa paisagem em evolução. O planejamento estratégico e a gestão proativa são uma necessidade para lidar eficazmente com as mudanças regulatórias e promover o jogo responsável na indústria. As opiniões e experiências de Cachia no campo são um recurso valioso para aqueles que estão trabalhando nas complexidades da conformidade em jogos.

A SiGMA News conversou com Jake Cachia, gerente de conformidade e AML da EveryMatrix. Ele é ex-gerente de conformidade na Autoridade de Jogos de Malta.

Caso deseje ler uma entrevista mais abrangente com Jake Cachia, clique aqui.

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