Comissão de Jogos conversa com o ex-vice-primeiro-ministro Oliver Dowden enquanto investigação sobre apostas no dia da eleição continua

O ex-vice-primeiro-ministro Oliver Dowden tornou-se a figura mais recente, e de mais alto escalão, a ser entrevistada pela Comissão de Jogos. Em mais um desdobramento da investigação sobre apostas nas eleições gerais, a Sky News divulgou que o ex-vice-primeiro-ministro conversou voluntariamente com a Comissão de Jogos para ajudar na investigação.

Sir Oliver, que foi nomeado cavaleiro na lista de honrarias de dissolução do ex-primeiro-ministro Rishi Sunak momentos antes do fechamento das urnas nas eleições gerais de julho, não fez nenhuma aposta nas eleições e não há suspeitas de qualquer irregularidade de sua parte.

A notícia veio à tona no primeiro dia da conferência do Partido Conservador, mas a reunião em si ocorreu cerca de três meses atrás, antes das eleições gerais. O vazamento, cronometrado para coincidir com o início da conferência, segue uma investigação em curso que ganhou força desde seu lançamento em junho. A expectativa é que a investigação continue por até seis meses.

Por que a Comissão de Jogos está investigando?

Marcada por renúncias e desafios, a campanha eleitoral do Partido Conservador não decolou. Problemas econômicos, a pressão sobre os serviços públicos, questões importantes como imigração e habitação, tensões internacionais crescentes, especialmente em Gaza e na Ucrânia, além de greves nos setores de saúde, educação e transporte, contribuíram para a derrota esmagadora do Partido Conservador, a maior de sua história.

Em meio a esse tumulto, surgiram acusações sobre apostas em torno da data das eleições gerais. Logo após isso, foi revelado que um assessor do primeiro-ministro Sunak e altos funcionários do partido fizeram apostas pouco antes de o PM anunciar a data das eleições.

A Comissão de Jogos abriu uma investigação para apurar se isso constituía “trapaça” e, portanto, uma violação da lei, enquanto a Polícia Metropolitana abriu uma investigação separada para verificar se havia sido cometido algum crime, uma vez que seria uma violação das regras de jogos de azar se pessoas com informações privilegiadas fizessem apostas. No entanto, no mês passado, a Polícia Metropolitana anunciou que suas investigações não atenderam aos critérios para má conduta em cargos públicos.

Linha do Tempo das Acusações

• Um oficial alegadamente parte da equipe de proteção pessoal do primeiro-ministro Sunak foi preso por má conduta em cargo público. A Polícia Metropolitana não tomou mais nenhuma ação e posteriormente arquivou o caso.
• Acredita-se que outros sete oficiais também tenham feito apostas.
• Revelações de que Craig Williams, ex-secretário parlamentar privado do primeiro-ministro Sunak, admitiu ter feito uma “fezinha” na data das eleições logo antes do anúncio abalou a campanha dos Conservadores. Uma aposta de £ 100, feita na Ladbrokes, renderia £ 500 se o PM Sunak escolhesse a data de julho para as eleições.
• Williams, candidato por Montgomeryshire e Glyndwr, junto com outra candidata por Bristol North West, Laura Saunders, que também teria feito uma aposta, perderam o apoio do partido.
• Tony Lee, marido de Saunders e diretor de campanhas dos Conservadores, tirou uma licença após ser implicado no escândalo, assim como o chefe de dados Nick Mason, que negou qualquer irregularidade.
• Russell George, membro do Senedd (Parlamento Galês), renunciou ao gabinete sombra no Parlamento Galês após uma investigação ser aberta contra ele.
• Um candidato do Partido Trabalhista, Kevin Craig, foi suspenso depois de apostar contra si mesmo.

O que vem a seguir?

A Comissão de Jogos agora possui documentos da sede de campanha dos Conservadores e contratou ex-policiais para investigar mais a fundo.

O ex-chefe de gabinete de Downing Street, Liam Booth-Smith, que recebeu um título nobiliárquico na lista de honrarias de dissolução de Sunak, também falou à investigação oficial em junho.

O primeiro-ministro Sunak ainda não foi entrevistado.

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