UEL transforma máquinas caça-níqueis confiscadas em ferramentas educativas para penitenciárias e hospitais 

A Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, iniciou um projeto que visa transformar máquinas caça-níqueis apreendidas em ferramentas educativas, uma proposta que une inovação, sustentabilidade e compromisso social. A iniciativa começou após a instituição receber 39 máquinas, confiscadas pela polícia em operações contra jogos de azar. Com a destruição das noteiras e softwares originais, que são componentes específicos para jogos ilegais, o projeto vai reformular essas máquinas para o uso educacional e comunitário, redirecionando-as para atividades que beneficiem diferentes grupos sociais. 

O projeto, desenvolvido em parceria com os centros de Computação, Química, Engenharia Elétrica e Design, produz diversos tipos de ferramentas educacionais. Uma das primeiras aplicações práticas foi a criação de totens que funcionam como bibliotecas digitais, oferecendo acesso a livros de domínio público. Esses equipamentos, que serão disponibilizados em instituições como o Departamento de Polícia Penal (DEPEN) de Londrina, visam facilitar o acesso à leitura para os internos, contribuindo para a educação e reintegração social. O acesso a livros e materiais educativos pode ser um fator importante para a remição de penas, promovendo o desenvolvimento pessoal dos reclusos. A UEL espera expandir o projeto para que outras instituições e comunidades possam se beneficiar, usando a experiência como um exemplo de como itens antes associados ao jogo podem ser redirecionados para o bem-estar e o aprendizado. 

Outro desenvolvimento interessante foi a criação do jogo “Gamellito”, projetado para ajudar crianças com diabetes a compreender e gerenciar sua condição de forma lúdica e educativa. O personagem principal, um alienígena, guia as crianças em uma jornada de aprendizado sobre saúde e cuidados específicos que a diabetes requer. Este jogo foi especialmente pensado para ser instalado em ambientes hospitalares, onde as crianças podem interagir e aprender sem qualquer envolvimento com apostas, aproveitando uma abordagem criativa e educativa que facilita a adesão ao tratamento. 

A reitora Marta Favaro destaca que esse projeto integra conhecimento acadêmico e responsabilidade social, um exemplo de como a universidade contribui para a sociedade de maneiras práticas e inclusivas. No processo, as máquinas passam por uma triagem cuidadosa para que todas as partes possam ser reutilizadas de maneira sustentável. Componentes como fios, botões, estruturas metálicas e sistemas elétricos são avaliados e adaptados para suportar as novas funções educacionais. Isso também possibilita uma economia significativa em termos de recursos, uma vez que grande parte dos materiais é reaproveitada. 

Essa iniciativa da UEL também se destaca por oferecer aos alunos oportunidades de aprendizado prático e aplicação do conhecimento em um contexto real, aproveitando recursos que anteriormente serviam para atividades ilícitas. Além de contribuir para a formação dos estudantes, o projeto fortalece os laços da universidade com a comunidade, mostrando como a academia pode desempenhar um papel fundamental na promoção de alternativas educativas e no apoio à reabilitação de diferentes grupos.  

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