Revelando os segredos do cassino de Monte Carlo

Empoleirada nas deslumbrantes costas de Mônaco, o Cassino de Monte-Carlo é um ícone arquitetônico e cultural. Desde sua construção em 1879 pelo celebrado arquiteto Charles Garnier, responsável também pela adjacente Ópera de Monte-Carlo e pelo Palais Garnier em Paris, o cassino tem sido um imã para a alta sociedade. Sua arquitetura Belle Époque, caracterizada por detalhes ornamentais e grandiosidade, proporciona um cenário luxuoso tanto para os entusiastas de jogos quanto para os amantes da arte.

Um ícone cinematográfico

O cassino serviu como pano de fundo para vários filmes icônicos. Notavelmente, apareceu em dois filmes de James Bond: GoldenEye (1995), com Pierce Brosnan, e Never Say Never Again (1983), com Sean Connery. Mais recentemente, foi destaque em Fast and Furious 5 (2011).

Uma jornada pelos icônicos salões do cassino

Ao entrar, os convidados são recebidos por um suntuoso átrio (fotos acima) com 28 colunas no estilo Segundo Império. Os muitos salões do cassino não são apenas locais para jogos, mas também são ricos em história e design, oferecendo um banquete para os olhos, além da emoção dos jogos.

A Salle Europe, o centro do cassino, é um brilhante exemplo da grandiosidade da Belle Époque, com seu imponente teto de vidro e oito candelabros de cristal da Boêmia. Conhecido por suas mesas de craps, esse espaço claro e arejado tem sido há muito tempo um favorito dos jogadores de alto risco. As paredes são adornadas com obras de arte que retratam alegorias da natureza, criadas por renomados artistas como Paul Steck e Georges Picard.

Indo para o Salon Rose, originalmente construído em 1903 como sala de fumos, o Salon Rose possui uma atmosfera íntima e semelhante a um boudoir. O teto, uma vez projetado para ocultar a fumaça com seus tons marrons, guarda um segredo: um anjo cujo verso parece seguir os visitantes onde quer que estejam.

A Salle des Amériques, projetada por Charles Garnier em 1881, mistura máquinas de caça-níqueis modernas com arte clássica e é decorada com esculturas de máscaras representando as quatro estações.

Outro salão de destaque é a Salle Blanche, um espaço sereno e discreto que originalmente servia como sala de leitura para os acompanhantes dos patronos do cassino. Hoje, é reservado para jogadores VIP. O salão é dominado por Les Grâces Florentines, uma pintura de Paul Gervais que gerou controvérsia em sua época devido à representação de três socialites da Belle Époque – Liane de Pougy, Émilienne d’Alençon e La Belle Otéro – nuas. Apesar do escândalo inicial, a pintura se tornou uma das obras de arte mais celebradas do cassino.

Um playground de pôquer

O cassino de Monte-Carlo também abriga alguns dos eventos de pôquer mais prestigiados do mundo, incluindo o European Poker Tour (EPT). Desde 2004, o EPT Monte-Carlo tem sido palco de torneios importantes, como o Main Event, High Roller e Super High Roller, atraindo a elite do pôquer para o principado a cada temporada.

A barreira invisível

No entanto, enquanto o Casino recebe jogadores de todo o mundo, um grupo permanece conspicuamente ausente: os cidadãos de Mônaco. Isso não é acidental. No século XIX, o Príncipe Charles III, preocupado que seus súditos pudessem desperdiçar seus recursos limitados em jogos, promulgou uma lei que proíbe os cidadãos monegascos de jogar no cassino. Essa proibição, reforçada por uma lei de 1987 ainda em vigor hoje, garante que nenhum monegasco possa participar dos jogos do cassino. A identificação é necessária para entrar, e enquanto não-cidadãos podem jogar e coletar seus ganhos, os residentes de Mônaco são estritamente excluídos.

Essa restrição também serve a um propósito prático: evita conflitos de interesse para os crupiês locais, que poderiam eventualmente enfrentar amigos ou familiares nas mesas de jogo, reduzindo assim a tentação de comportamentos fraudulentos.

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