O espaço das mulheres no iGaming brasileiro e a resistência masculina que ainda permeia 

Júlia Moura há 4 semanas
O espaço das mulheres no iGaming brasileiro e a resistência masculina que ainda permeia 

No recente WIBR Summit que aconteceu nesta terça-feira (26), Érika Caramello, figura proeminente da Dyxel Gaming e colaboradora do Drops de Jogos, discutiu os desafios enfrentados pelas mulheres no cenário dos games no Brasil. O evento, concebido para promover as vozes femininas que desempenham papéis fundamentais no mercado de jogos, contou com o apoio de marcas de renome, como Natura, Itaú e 1XBet. 

Juntamente com Babi Michelleto, Nyvi Estephan e Jelly, Érika abordou as dificuldades que as mulheres enfrentam no setor, destacando a crescente valorização por parte de editoras estrangeiras. Ela salientou a importância da diversidade e da contribuição feminina para a inovação na indústria de jogos. 

Apesar dos avanços registrados, Érika mencionou a persistência de resistências no Brasil ao longo da última década, especialmente no desenvolvimento e na divulgação de jogos. Ela enfatizou a necessidade de superar o medo e encorajar ativamente suas alunas a participarem ativamente de eventos, buscando um maior destaque no cenário dos jogos. 

“O que eu acho interessante a respeito da presença feminina é o reconhecimento que está existindo em publishers estrangeiras, principalmente da Europa, que tem uma visão um pouco mais progressista. Já tive experiências de participar de rodadas de negócios com publishers estrangeiras árabes e eles não queriam conversar com mulheres. Isso é muito chocante. E mesmo com os avanços, a gente sente no Brasil resistências aos avanços das mulheres, principalmente na última década. Um clima nada amistoso.” 

Além de seu papel na Dyxel Gaming, Érika também representou a Rede Progressista de Games (RPG) e fez menção à cartilha Lula Play, entregue ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que propõe o desenvolvimento de políticas públicas para os jogos e eSports. Andreza Delgado, criadora da PerifaCon, abordou iniciativas de inclusão nos últimos anos, enquanto Nyvi Estephan compartilhou sua própria jornada no cenário dos jogos, ressaltando a satisfação de ser reconhecida por suas inspirações. 

“Tem o Tiago Leifert falando de mim. Tem o Fallen. Ver as minhas inspirações falando de mim, porque nunca deixaram de ser as minhas inspirações, não importa se eu estou trabalhando há anos. E também tem a quantidade interminável de campeonatos que eu participei. Tem muita história nisso que apareceu no Prêmio eSports Brasil 2023 lembrando meus 10 anos de carreira.”

Babi Michelleto complementou as observações de Érika, enfatizando a crescente visibilidade e valorização das mulheres no casting, e destacou a importância de reconhecer e valorizar suas capacidades únicas na indústria de jogos. 

Quando se trata de compensação nos esports, a discrepância salarial entre os sexos ainda persiste como uma questão contemporânea desafiadora, especialmente em meio a um contexto de declínio econômico no setor. Isso, por sua vez, impacta significativamente a visão de futuro e progressão de carreira das atletas do sexo feminino. 

Apesar de as mulheres constituírem a maioria dos gamers brasileiros, representando 50,9% dos jogadores, elas continuam enfrentando uma marginalização dentro desse domínio, sujeitando-se a formas de assédio extremamente prejudiciais durante as partidas, que variam desde insultos até ameaças reais, todos carregados de conotações sexistas. 

Tabata Camargo, gerente de planejamento na Furnace Esports, compartilha uma experiência semelhante, porém como jogadora. Para ela, a toxicidade presente nesse ambiente não pode ser atribuída a um único ponto, mas sim a uma série de fatores que se alimentam mutuamente. “Há a questão da hipersexualização das personagens femininas, a cultura da comunidade em si – que, assim como em qualquer outro segmento da sociedade, é permeada pelo machismo – e a relutância masculina em aceitar a excelência feminina em determinadas áreas.” 

No entanto, mesmo com as mulheres representando a maioria do público gamer, com 50,9% dos consumidores de jogos no país, como apontado pela Pesquisa Gamer Brasil (PGB) de 2024, que recentemente divulgou seu mais recente estudo sobre o consumo de jogos eletrônicos no Brasil, elas continuam a ganhar espaço no universo dos jogos, tanto como jogadoras ativas quanto como espectadoras e profissionais. Gêneros de jogos populares entre elas, como os FPS e os Battle Royale, têm conquistado uma base de fãs feminina significativa, não apenas como jogadoras ativas, mas também como espectadoras e até mesmo como narradoras de partidas. 

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